sábado, 17 de junho de 2017

VISÃO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Queridos irmãos e irmãs

Amanhã, solenidade da Santíssima Trindade, partilho convosco um trecho do livro das Moradas de Santa Teresa de Jesus, no qual ela narra uma visão que teve da Santíssima Trindade. Vejamos:


Nas 7ª Morada, capítulo 1, 6-10, a Santa Madre Teresa de Jesus conta como viu representada em si a Santíssima Trindade:

“Introduzida a alma nesta morada, mediante visão intelectual se lhe mostra, por uma espécie de representação da verdade, a Santíssima Trindade – Deus em Três Pessoas: Primeiro lhe vem ao espírito uma inflamação que se assemelha a uma nuvem de enorme claridade. Ela vê então nitidamente a distinção das divinas Pessoas; por uma notícia admirável que lhe é infundida, entende com certeza absoluta serem as três uma substância, um poder, um saber, um só Deus.´
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Na  sétima Morada, comunicam-se com ela e lhe falam as três Pessoas. Elas lhe dão a entender as palavras do Senhor que estão no Evangelho: que viria Ele, com o Pai e o Espírito Santo, para morar na alma que O ama e segue Seus mandamentos (jo14,23).
Oh, valha-me Deus! Ouvir essas palavras e crer nelas é uma coisa; entender a sua verdade pelo modo de que falo é algo inteiramente diverso! E cada dia se espanta mais essa alma, porque lhe parece que as três Pessoas nunca mais se afastaram dela. Pelo contrário, vê nitidamente – do modo que dissemos – que estão em seu interior. E no mais íntimo de si, num lugar muito profundo – que ela não sabe especificar, porque é ignorante – percebe em si essa divina companhia.
Lendo o que digo, pode parecer-vos que ela não fica em si, mas tão embevecida que não dá atenção a coisa alguma. Mas a alma o faz, sim, e muito mais do que antes. Dedica-se a tudo o que é serviço de Deus e, faltando-lhe as ocupações, permanece naquela agradável companhia.
E se a alma não faltar a Deus, jamais Ele – ao que me parece – lhe faltará ou deixará de comunicar-lhe tão claramente a Sua presença. E ela tem grande confiança no fato de que Deus não a abandonará, pois, se Este lhe concedeu tamanha graça, não permitirá que a perca. E é justo pensar assim, ainda que ela não deixe de agir com mais cuidado do que nunca, a fim de não desagradar o Senhor em nada.

Perceba-se que o fato de a alma trazer em si essa presença não se passa de modo tão perfeito, isto é, tão claro como quando se lhe manifesta na primeira vez, ou em algumas outras nas quais apraz a Deus fazer-lhe esse favor. Se assim não fosse, a alma não poderia ocupar-se de qualquer outra coisa, nem mesmo viver com as demais pessoas.”

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