sábado, 31 de dezembro de 2016

CANÇÃO DE LOUVOR - SALMO 33

Queridos irmãos e irmãs

Neste último dia do Ano é dia de agradecer a Deus por todos os benefícios que Ele nos deu neste ano que termina. E também refletir sobre o que Ele nos pede para que nosso próximo Ano seja melhor e dê mais glória a Deus. 

Boa medida é ler bem devagar o Salmo 33:

"Todos vocês que obedecem a Deus, o Senhor, alegrem-se por causa daquilo que Ele tem feito!
Louvem a Deus todas as pessoas honestas.
Toquem lira em louvor ao Senhor.
Cantem louvores com acompanhamento da harpa de dez cordas.
Cantem a Deus uma nova canção.
Toquem harpa e gritem bem alto.

As palavras do Senhor são verdadeiras.
Tudo o que Ele faz merece confiança.
O Senhor Deus ama tudo o que é certo e justo.
A terra está repleta do seu amor.

Por meio da sua Palavra, o Senhor fez os céus
Pela sua ordem Ele criou o sol, a lua e as estrelas.
Deus juntou os mares num lugar só
e guardou o oceano em reservatórios.

Que toda a terra tema a Deus, o Senhor.
Que todos os habitantes do mundo O temam!
Pois Ele falou e o mundo foi criado,
Ele deu ordem e tudo apareceu.

O Senhor acaba com os planos maus das nações
Ele não deixa que eles se realizem.
Mas o que o Senhor planeja dura para sempre,
as suas decisões permanecem eternamente.

Feliz a nação que tem o Senhor como o seu Deus!
Feliz o povo que o Senhor escolheu para ser dele!

O Senhor Deus olha do céu e vê toda a humanidade.
Do lugar onde mora Ele observa todos os que vivem na terra.
É Deus quem forma a mente deles
e quem sabe tudo o que fazem.
........
É o Senhor Deus quem protege aqueles que o temem
E é Ele que guarda aqueles que confiam no seu amor.

Ele os salva da morte
E nos tempos de fome os conserva com vida.

Nós pomos a nossa esperança em Deus, o Senhor:
Ele é a nossa ajuda e o nosso escudo.

O nosso coração se alegra por causa do que o Senhor tem feito;
Nós confiamos Nele porque Ele e Santo!

Ó Senhor Deus, que o teu amor nos acompanhe,
pois nós pomos em Ti a nossa esperança!"

FELIZ ANO NOVO A TODOS!


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

OS ESPAÇOS QUE DEUS ENCONTROU PARA MANIFESTAR A SUA HUMILDADE


Queridos irmãos e irmãs

Partilho uma pequena reflexão com vocês:

O espaço que Deus encontrou para manifestar a sua humildade:

1.       A natureza humana – Ele se encarnou,
Encontrou suas delícias em estar com os filhos dos homens.

Assumiu a nossa condição humana, aceitou em si as leis da humanidade – a fragilidade de uma criança, em tudo dependente de seus pais ou dos adultos.

Falando dos bens materiais, assumiu a pobreza, nascendo numa gruta, sendo colocado numa manjedoura, sem nenhum conforto a não ser os braços amorosos de sua Mãe, e o carinho de seu pai adotivo.

Eis o NATAL!

2.       Na sua vida adulta, como diz São Paulo: “fez-se obediente até a morte e morte de Cruz”.
E como diz São João: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.

Materialmente falando,” não tinha onde reclinar a cabeça”.

Reclinou-a numa pedra, no monte do Getsemani, dizendo o seu FIAT  à vontade de seu amado Pai.

Aceitou então todos os trabalhos da Paixão: as humilhações mais dolorosas, foi esbofeteado, cuspido, flagelado, coroado de espinhos, despido,  e finalmente, encostou sua sagrada cabeça no lenho da Cruz. Entregou seus membros para serem transpassados. De seus lábios saíram sete palavras divinas. Doou o paraíso a um ladrão, entregou-nos sua Mãe, pediu ao Pai que perdoasse o que estavam fazendo com Ele, manifestou a sua sede, mais de almas do que de água, sentiu o mais terrível dos sofrimentos – sentiu-se abandonado pelo seu Deus-Pai, mas não perdeu a confiança e a Ele entregou o seu Espírito, que Ele bem sabia que lhe seria restituído após 3 dias.

EIS O MISTÉRIO DA NOSSA REDENÇÃO!
Que iniciou no mistério da Encarnação.

3.       Mas não parou aí.
Encontrou ainda um outro espaço onde ocultar-se para melhor estar conosco:
O trigo, triturado,  amassado, cozido, transformado em pão, e a uva espremida, transformada em vinho.
Não poderia encontrar elementos mais simples, mais quotidianos, elementos que  são alimentos para o corpo e que Ele transformou, transubstanciou, e tornou alimentos para nutrir a nossa alma.

De uma maneira muito simples, pobre, poderia ficar sempre conosco, no Sacrário ou ainda melhor, no nosso coração – sacrário que Ele mais ama.

EIS O MISTÉRIO DA EUCARISTIA!
Que não poderia ter acontecido sem os outros dois mistérios – Encarnação e Redenção.

Aprendamos com Jesus a sermos humildes, pobres, plenamente unidos à Vontade de Deus, encontrando nossa perfeição em reconhecermos nossas imperfeições, limitações, incapacidades e deficiências, e entregando-as amorosamente nas mãos do Pai, neste Natal e em cada dia do próximo ano.

MENSAGEM PARA O NATAL

Eu vi brilhar a estrela luminosa
Que me indicava o berço do meu Rei,
E na noite calma e misteriosa
Ela parecia se orientar para mim.
Depois ouvi, cheia de encanto
A voz do Anjo que me disse:

“Recolhe-te...
É em tua alma
Que o mistério se cumpriu.
Jesus esplendor do Pai,
Em ti se encarnou.
Com a Virgem Mãe
Estreita o teu Bem-Amado,
Ele é teu”


(Santa Elisabete da Trindade

domingo, 4 de dezembro de 2016

BUSCO A TUA FACE!

Queridos irmãos e irmãs

Este 2º domingo do Advento que tem leituras tão profundas que vale a pena meditar.
Mas vou partilhar convosco a 2ª leitura do Ofício das Leituras de 5ª feira da semana que terminou.

Do livro “Proslógion”, de Santo Anselmo, bispo
(Cap. I: Opera omnia, Edit. Schmitt, Seccovii, 1938, 1,97-100)            (Séc. XII)

O desejo de contemplar a Deus
Vamos, coragem, pobre homem! Foge um pouco de tuas ocupações. Esconde-te um instante do tumulto de teus pensamentos. Põe de parte os cuidados que te absorvem e livra-te das preocupações que te afligem. Dá um pouco de tempo a Deus e repousa nele.
Entra no íntimo de tua alma, afasta tudo de ti, exceto Deus ou o que possa ajudar-te a procurá-lo; fecha a porta e põe-te à sua procura. Agora fala, meu coração, abre-te e dize a Deus: Busco a vossa face; Senhor, é a vossa face que eu procuro (Sl 26,8).
E agora, Senhor meu Deus, ensinai a meu coração onde e como vos procurar, onde e como vos encontrar.
Senhor, se não estais aqui, se estais ausente, onde vos procurarei? E se estais em toda parte, por que não vos encontro presente? É certo que habitais numa luz inacessível, mas onde está essa luz inacessível e como chegarei a ela? Quem me conduzirá e nela me introduzirá, para que nela eu vos veja? E depois, com que sinais e sob que aspecto vos devo procurar? Nunca vos vi, Senhor meu Deus, não conheço a vossa face.
Que pode fazer, altíssimo Senhor, que pode fazer este exilado longe de vós? Que pode fazer este vosso servo, sedento do vosso amor, mas tão longe da vossa presença? Aspira ver-vos, mas vossa face se esconde inteiramente dele. Deseja aproximar-se de vós, mas vossa morada é inacessível. Aspira encontrar-vos, mas não sabe onde estais. Tenta procurar-vos, mas desconhece a vossa face.
Senhor, vós sois o meu Deus, o meu Senhor, e nunca vos vi. Vós me criastes e redimistes, destes-me todos os meus bens e ainda não vos conheço. Fui criado para vos ver e ainda não fiz aquilo para que fui criado.
E vós, Senhor, até quando? Até quando, Senhor, nos esquecereis, até quando nos ocultareis a vossa face? Quando nos olhareis e nos ouvireis? Quando iluminareis os nossos olhos, e nos mostrareis a vossa face? Quando voltareis a nós?
Olhai-nos, Senhor, ouvi-nos, mostrai-vos a nós. Dai-nos novamente a vossa presença para sermos felizes, pois sem vós somos tão infelizes! Tende piedade dos rudes esforços que fazemos para alcançar-vos, nós que nada podemos sem vós.
Ensinai-me a vos procurar e mostrai-vos quando vos procuro; pois não posso procurar-vos se não me ensinais nem encontrar-vos se não vos mostrais. Que desejando eu vos procure, procurando vos deseje, amando vos encontre, e encontrando vos ame.

Uma boa semana a todos!


sábado, 26 de novembro de 2016

ADVENTO

Queridos irmãos e irmãs

Neste Domingo começamos o novo Ano Litúrgico e o tempo do Advento. Tempo querido pois lembra a expectativa da Vinda do Redentor. Já veio uma vez e todos os anos relembramos essa vinda no Natal. Virá uma segunda vez quando os tempos se concluírem, para o início do novo céu e da nova terra. Mistério escondido no coração de Cristo. Enquanto isso clamamos: Vem, Senhor Jesus! E ele responde: Eis que venho breve! (Apc).

É tempo também de agradecer todas as coisas boas que aconteceram nesse ano. A grande graça do Jubileu da Misericórdia.

É tempo de esperar que no novo ano nosso coração se dilate no Amor a Deus e ao próximo, nas obras de misericórdia, pois um dia seremos julgados acerca do Amor.

É tempo de agradecer o dom da fé e a graça de viver na presença de Deus e tempo de pedir que todos vivam conscientes desse Deus que conserva a vida e a faz crescer. Nada fazer sem Ele.Tudo fazer com Ele e para Ele.

Vivamos bem essas quatro semanas do Advento que preparam o nosso Natal  Deus conosco!

Uma boa semana a todos.

sábado, 5 de novembro de 2016

SANTA ELISABETH DA TRINDADE

Queridos irmãos e irmãs

No dia 16 de Outubro de 2016 tivemos a alegria da canonização de Elisabeth da Trindade, grande santa do carmelo teresiano. Dia 08 de Novembro, data em que no Carmelo se comemora a sua memória, teremos a Santa Missa em ação de graças por mais esse Dom de Deus ao Carmelo.

Abaixo um pequeno resumo de sua vida:

Isabel Catez Rolland, filha de Francisco José e de Maria, nasceu perto de Bourges, na França, num acampamento militar do campo de Avor, na manhã de domingo, dia 18 de julho de 1880, tendo sido batizada no dia 22 de julho, na capela do mesmo acampamento.

Desde menina distinguiu-se por seu temperamento apaixonado, um tanto agressivo, mas por outro lado, marcado por uma agradável sensibilidade. Seu pai faleceu no dia 2 de outubro de 1887, de repente, vítima de uma crise cardíaca. Elisabeth tinha então sete anos e dois meses. Relembrará dez anos mais tarde essa hora trágica. A morte do pai causará a "conversão" e mudança de caráter sua, como fruto de sua vida de ascese e oração. Faz sua primeira comunhão no dia 19 de abril de 1891, em Dijon. Indo com outras companheiras visitar o Carmelo recebe um "santinho" da Priora, Madre de Jesus, que na dedicatória traduz o nome Elisabeth por "Casa de Deus".

Desde os 8 anos estudou música no Conservatório de Dijon. Todos os dias passava horas ao piano. Muitas vezes participou em concertos organizados na cidade. Seu talento precoce merece elogios nos jornais locais. No dia 24 de julho de 1893, apesar da sua pouca idade, obteve o primeiro prêmio de piano no Conservatório.

A jovem Elisabeth frequentará a sociedade local.

No dia 2 de janeiro de 1901, aos 21 anos ingressou no Carmelo Descalço de Dijon, cidade onde vivia com sua família. Recebeu  o hábito no dia 8 de dezembro de 1902 e no dia 11 de janeiro de 1903 emitiu seus votos religiosos na Ordem do Carmelo, que já amava com toda sua alma.

Com sua vida e doutrina, breve mas sólida, exerce grande influência na espiritualidade atual, especialmente por sua experiência trinitária. Em sua obra distinguem-se Elevações, Retiros, Notas Espirituais e Cartas.

Foi beatificada pelo papa João Paulo II,, no dia 25 de novembro de 1984, festa de Cristo Rei. E canonizada em 16 de outubro de 2016. Sua festa é celebrada no dia 8 de novembro.

Irmã Elisabeth é uma alma que se transformou dia a dia no mistério trinitário. Enamorada por Jesus Cristo,que é o seu livro preferido, eleva-se à Trindade, até que “Isael desaparece, perde-se e se deixa invadir pelos Três”.

Amou intensamente sua vocação carmelita e também amou e imitou a “Janua Coeli” como ela chamava Nossa Senhora. Andou a passos largos no caminho da perfeição.

Faleceu no dia 9 de novembro de 1906, vítima de úlcera estomacal, murmurando, quase cantando: “Vou à luz, ao amor, à vida”.

“O abismo da nossa miséria atrai o abismo da misericórdia divina. Valorizar o sofrimento e crer no amor” (Carta 252).

Uma boa semana para todos.



quarta-feira, 26 de outubro de 2016

ENTENDERÁS MAIS TARDE

Queridos irmãos e irmãs

Partilho convosco essa reflexão muito importante sobre o lavapés, tirada do Livro Falar com Deus, da editora Quadrante:

NA ÚLTIMA NOITE que Jesus passou com os seus discípulos antes da sua Paixão e Morte, num determinado momento daquela Ceia íntima, levantou-se, depôs o manto e, pegando numa toalha, cingiu-se1. São João, o Evangelista que nos deixou escritas as suas inesquecíveis recordações da Quinta-Feira Santa, descreve pausadamente aqueles acontecimentos que com tanta profundidade lhe ficaram gravados para sempre: Depois lançou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, e a limpar-lhos com a toalha com que se tinha cingido.
Tudo transcorria normalmente, ante o assombro dos Apóstolos, que não se atreviam a dizer palavra, até que o Senhor chegou a Pedro, que manifestou em voz alta a sua surpresa e a sua negativa: Senhor, tu lavares-me os pés? Jesus respondeu-lhe: O que eu faço, tu não o entendes agora, mas entendê-lo-ás mais tarde. Depois de um afável braço-de-ferro com o Apóstolo, Jesus lavar-lhe-á os pés, como o fizera com os outros. Com a vinda do Espírito Santo, ao relembrar esses acontecimentos, Simão compreendeu o significado profundo do gesto do Mestre, que assim quis ensinar aos que seriam as colunas da Igreja a missão de serviço que os aguardava.
O que eu faço, tu não o entendes agora... Passa-se conosco o mesmo que com Pedro: às vezes, não compreendemos os acontecimentos que o Senhor permite: a dor, a doença, a ruína econômica, a perda do emprego, a morte de um ser querido quando estava no começo da vida... Ele tem uns planos mais altos, que abarcam esta vida e a felicidade eterna. A nossa mente mal alcança as coisas mais imediatas, uma felicidade a curto prazo. Como não havemos de confiar no Senhor, na sua Providência amorosa? Só confiaremos nEle quando os acontecimentos nos parecerem humanamente aceitáveis? Estamos nas suas mãos, e em nenhum outro lugar poderíamos estar melhor. Um dia, no fim da nossa vida, o Senhor explicar-nos-á em pormenor o porquê de tantas coisas que agora não entendemos, e veremos a sua mão providente em tudo, até nas coisas mais insignificantes.
Se diante de cada fracasso, diante dos acontecimentos que não sabemos discernir, ante a injustiça que nos revolta, ouvirmos a voz consoladora de Jesus que nos diz: O que eu faço, tu não o entendes agora, mas entendê-lo-ás mais tarde, então não haverá lugar para o ressentimento ou para a tristeza. “Porque tudo o que acontece está previsto por Deus e ordenado para a salvação do homem e para a sua plena realização na glória; se o que acontece é bom, Deus o quer; se é mau, não o quer, permite-o, porque respeita a liberdade do homem e a ordem natural, mas tem nas suas mãos o poder de tirar bem e proveito para a alma, mesmo do mal”2.
Em face dos acontecimentos que fazem sofrer, tem de sair do fundo da nossa alma uma oração simples, humilde, confiante: Senhor, Tu sabes mais, abandono-me em Ti. Entenderei mais tard

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

TOMA A TUA CRUZ E SIGA-ME!

Queridos irmãos e irmãs

No evangelho do domingo Jesus fala que quem quiser seguí-Lo deve tomar a Sua Cruz.

Vamos apresentar abaixo a carta da santa carmelita Teresa de Jesus dos Andes, que só passou 9 meses no Carmelo, mas que compreendeu bem o espírito da vocação carmelitana. Ela é um exemplo de uma seguidora de Cristo, apaixonada por Ele e que quer que todos também o sejam.

"Carta de Santa Teresa de Jesus dos Andes a uma amiga – na qual fala sobre a VOCAÇÃO AO CARMELO.

Encantar-me-ia ver-te sobretudo para que presenciasses a felicidade de ser carmelita, a qual, para mim toma cada dia maiores proporções.

Se antes considerava minha vocação acima de todas, agora a aprecio duplamente, pois tenho visto e me apercebido que o ideal de santidade de uma carmelita é maior que o de qualquer outra religiosa.
VIVEMOS SÓ PARA JESUS – e assim como os anjos no céu cantam incessantemente os louvores divinos, a carmelita os acompanha aqui na terra, seja aos pés do Sacrário onde está prisioneiro o Deus-Amor, seja no íntimo do céu de sua alma onde a fé lhe diz que Deus mora.

A nossa vocação tem por objetivo o AMOR, que é o sentimento mais nobre que o coração do homem possui. Esse amor reside na alma desde o dia em que Jesus colocou nela o germe da vocação: é uma fogueira onde a alma se consome, se funde em seu Deus, e esta fogueira não deixa nada à sua passagem; tudo faz desaparecer, ainda as criaturas, para unir-se ao fogo infinito de amor que é DEUS; e por isso busca a solidão, para que nada lhe impeça a união com Aquele por quem tudo deixa.
Uma alma quando ama verdadeiramente (isto se vê nos carinhos humanos) não quer estar senão com a pessoa amada: olhá-la sempre, expressar aquilo que se passa nos corações e estreitar-se mais e mais.
Por isso é que nós, amando a Jesus, com todas a nossa alma, só desejamos contemplá-Lo e falar-Lhe a sós, para trocar nossos miseráveis sentimentos e ideias com suas ideias e sentimentos divinos.
Que coisa mais preciosa é para a alma que ama passar a vida junto ao Sacrário!

Ele prisioneiro por seu amor...e ela também... Nada os separa, nenhuma preocupação. Só devem amar-se, e a criatura perder-se em seu Bem Infinito. Ele lhe abre Seu coração, e ali a faz viver esquecida de tudo e de todo o mundo para revelar-lhe seus encantos infinitos, à vista dos quais tudo o mais é vaidade.

Ele a estreita e a une a si, e a alma perdida e enlouquecida diante da ternura de todo um Deus, despreza as criaturas e só quer viver com o Amor.

Ah irmãzinha querida, ditosas somos nós que fomos escolhidas para ser as esposas prediletas de Jesus, sem as quais Ele não pode passar, pois encontra nelas amor verdadeiro, já que a carmelita lhe faz a mais completa doação.

Nada a tira dali. Ela compreende que o contato com Jesus a diviniza e por isso submerge-se nele para transformar-se Nele. À medida que mergulha em Jesus, vai descobrindo Nele tesouros infinitos de amor e de bondade. Vai reconhecendo pouco a pouco o Verbo humanado. É então quando compreende mais que nunca a obra redentora do Salvador, o valor desse sangue Divino; e consumida pelo amor, sente sede, sede do sangue de seu Deus, derramado sobre as almas pecadoras.
Ir atrás delas para salvá-las, não pode. Está cega se si aparta do Foco de luz que é o Verbo; então como já não forma com Jesus senão uma só pessoa e uma só vontade, diz que tem sede do seu sangue e Ele não pode senão sentir o mesmo, e como um caudal deixa cair seu sangue sobre as almas, salvando-as.

Uma alma unida e identificada com Jesus pode tudo e me parece que só pela oração se pode alcançar isso ainda que alguns dizem que pelo apostolado e a oração se salvam as almas, eu creio que é muito mais difícil, pois isto necessita uma grande união com o Redentor, já que salvar almas não é outra coisa que dá-las a Jesus; e assim o que não O possui não pode dar nada. Em geral as almas na vida ativa chegam mais dificilmente a unir-se inteiramente a Deus, já que as coisas exteriores e o trato constante com o mundo distraem-na Dele. Além disso, me parece que pode misturar-se com o amor próprio quando se apalpam os triunfos. Estes perigos a carmelita não os tem, já que ignora o número de almas que salva pela oração e o sacrifício. Quem sabe se de sua cela, conquista, ao lado dos missionários, milhões de fiéis que se encontram nos confins do mundo. Que bela é a nossa vocação querida irmãzinha. Somos redentoras das almas em união com Nosso Salvador; somos as hóstias onde Jesus mora. Nelas vive, ora e sofre pelo mundo pecador. Não foi assim a vida da mais perfeita das criaturas, a Santíssima Virgem? Ela trouxe o Verbo em silêncio; ela sempre rezou e sofreu. Não foi esta a vida de oração e sacrifício que Jesus praticou pelo espaço de 30 anos? Só 3 empregou na pregação. Não é esta a vida de Jesus no Sacrário? Oh, Irmãzinha querida, pois a carmelita só trata de Deus!

Pede a Ele que a traga logo. Vem logo para que Jesus encontre uma hóstia a mais para apresentar a seu eterno Pai pelas almas. Que nada te faça vacilar. Olha-o... Espera-te cheio de amor infinito, e vai fazer-te tua esposa; quer efetuar contigo a união mais íntima; Ele vai fazer-te divina, compenetrando-se contigo. Vais viver na doçura infinita, em Jesus, na pureza, na santidade, na bondade, no amor de um Deus..."

Uma boa semana a todos.

sábado, 27 de agosto de 2016

JESUS CRISTO,CENTRO DA NOSSA VIDA

Queridos irmãos e irmãs

De 15 a 21 de agosto Belém foi sede do XVII Congresso Eucarístico Nacional.

Foi realmente uma semana inesquecível. Pudemos acompanhar pela TV algumas celebrações.

Fez-nos refletir como é importante e gratificante saber que Cristo habita esta cidade, este Brasil, este mundo, e está conosco a cada momento, se lhe abrimos a porta do nosso coração.

Ele não podia ter encontrado uma maneira mais simples e singela de cumprir o que prometeu: Estarei convosco até o fim dos tempos!

Resta saber se nós estamos sempre com Ele, atentos à sua presença em nós e em nossos irmãos.

Se somos de comunhão diária, é bom examinar-se se não estamos transformando em uma rotina essa visita diária de nosso Deus e Amigo.

Aproveitamos esses momentos para conversar com Ele, colocar-lhe nossos problemas, nossas dificuldades.Aproveitamos para apresentar-lhe nossos pedidos? Aproveitamos para ficar em adoração silenciosa, cheia de ação de graças?

Uma boa semana a todos, bem juntinho de Jesus Eucarístico.


sábado, 13 de agosto de 2016

A PÁGINA MAIS BELA DE SANTA TERESA DE JESUS

Queridos irmãos e irmãs

Muito se fala sobre a dignidade humana, e em todas as épocas, muitas vezes a pessoa humana foi tratada desumanamente, sem respeito, sofrendo toda espécie de violência.

Hoje gostaríamos de partilhar uma página da Santa Madre Teresa de Jesus no Livro das Moradas, 1ª Morada. Claro que cada um pode descobrir nas obras da Santa Madre (Caminho da Perfeição, Castelo Interior, Fundações, Livro da Vida, etc.) páginas admiráveis! Mas reflita sobre esta:


"Estando eu hoje suplicando a Nosso Senhor que falasse por mim - porque não ativava com coisas que dissesse, nem como começar a cumprir a obediência - ofereceu-me o que agora direi para começar com algum fundamento:

É considerar a nossa alma como um castelo todo de um diamante ou mui claro cristal, onde há muitos aposentos, assim como no Céu há muitas moradas. Que se bem o considerarmos, irmãs, não é outra coisa a alma do justo, senão um paraíso onde Ele disse ter Suas delícias. Pois não é isso que vos parece que será o aposento onde um Rei tão poderoso, tão sábio, tão puro, tão cheio de todos os bens se deleita? Não encontro eu outra coisa com que comparar a grande formosura de uma alma e a sua grande capacidade.

Verdadeiramente os nossos entendimentos - por agudos que sejam - apenas devem chegar a compreendê-la, assim como não podem chegar a considerar a Deus: pois Ele mesmo disse que nos criou à Sua imagem e semelhança.

Pois se isto assim é, como é, não há razão para nos cansarmos a querer compreender a formosura deste castelo; porque, ainda que há diferença dele a Deus, como do Criador à criatura, pois é criatura, basta dizer Sua Majestade que a alma é feita à Sua imagem, para que possamos entender a grande dignidade e formosura da alma.

Não é pequena lástima e confusão, que por nossa culpa, não nos entendamos a nós mesmos, nem saibamos quem somos. Não seria grande ignorância, que perguntassem a alguém quem era e não se conhecesse nem soubesse quem foi seu pai, nem sua mãe, nem sua terra?

Pois, se isto seria grande bruteza, sem comparação é maior a que há em nós quando não procuramos saber que coisa somos e só nos detemos nestes corpos, e assim só a vulto sabemos que temos alma, porque o ouvimos e porque no-lo diz a fé. Mas, que bens pode haver nesta alma ou quem está dentro dela, ou o seu grande valor, poucas vezes consideramos, e assim se tem em tão pouco procurar com todo o cuidado conservar sua formosura. Tudo se nos vai na grosseria do engaste ou cerca, deste castelo, que são estes corpos."

Deixo o restante para que cada um pesquise, leia, e reflita.

Uma boa semana a todos!


terça-feira, 9 de agosto de 2016

SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ


Queridos irmãos e irmãs

Hoje dia em que o Carmelo celebra a memória de Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), partilhamos com vocês a 2ª leitura do Ofício das Leituras, de sua memória:


“AVE CRUZ, SPES ÚNICA!”
Saudamos-te, Cruz Santa, nossa única esperança!” assim a Igreja nos faz dizer no tempo da paixão, dedicado à contemplação dos amargos sofrimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O mundo está em chamas: a luta entre Cristo e o anticristo encarniçou-se abertamente, por isso, se te decides por Cristo, pode te ser pedido também o sacrifício da vida.

Contempla o Senhor que pende do lenho diante de ti porque foi obediente até a morte de cruz. Ele veio ao mundo não para fazer a sua vontade, mas a do Pai. Se queres ser a esposa do Crucificado deves renunciar totalmente à tua vontade e não ter outra aspiração senão a de cumprir a vontade de Deus.

À tua frente o Redentor pende da Cruz despojado e nu, porque escolheu a pobreza. Querm quer seguí-Lo deve renunciar a toda a possa terrena.

Estás diante do Senhor que pende da Cruz com o coração despedaçado; ele derramou o sangue de seu coração para conquistar o teu coração. Para poder segui-lo em santa castidade, o teu coração deve ser livre de toda aspiração terrena: Jesus Crucificado deve ser o objeto de todo o teu anseio, de todo o teu desejo,, de todo o teu pensamento.

O mundo está em chamas: o incêndio poderia pegar também em nossa casa, mas, acima de todas as chamas, ergue-se a Cruz que não pode ser queimada. A Cruz é o caminho que conduz da terra ao Céu. Quem a abraça com fé, amor, esperança é levado para o alto, até o seio da Trindade.

O mundo está em chamas: desejas extingui-las? Contempla a Cruz – do Coração aberto jorra o sangue do Redentor, sangue capaz de extinguir também as chamas do inferno. Através da fiel observância dos votos, torna o teu coração livre e aberto; então poderão ser despejadas nele as ondas do amor divino; sim, a ponto de fazê-lo transbordar e torná-lo fecundo até os confins da terra.
Através do poder da Cruz, podes estar presente em todos os lugares da dor, em toda parte para onde te levar a tua compassiva caridade, aquela caridade que haures do Coração divino e que te torna capaz de espargir, por toda parte, o seu preciosíssimo sangue para aliviar, salvar, redimir.


Os olhos do Crucificado fixam-te a interrogar-te, a interpelar-te. Queres estreitar novamente, com toda seriedade, a aliança com Ele? Qual será a tua resposta? “Senhor, aonde irei? Só tu tens palavras de vida”. Ave Crux, spes única!


Uma boa semana para todos

sábado, 30 de julho de 2016

CHAMADA PARA SER MONJA


Queridos irmãos e irmãs

No próximo domingo teremos no Carmelo um encontro com jovens vocacionadas, ou melhor que estão no processo de discernimento vocacional.

Pensando sobre o assunto se entrevistássemos cada sacerdote, religiosa ou consagrada sobre como foi o seu chamado à vida religiosa, sacerdotal ou de consagração à Deus, veríamos que cada um contaria uma história diferente.

Deus chama quem quer, onde quer e como quer, e não se repete.

Mas é belo ver a obra de Deus em cada alma que Ele chama e procura, antes mesmo desta alma começar a procurá-Lo.

Vamos ver resumidamente como foi o processo vocacional  da santa fundadora das Carmelitas Descalças – Santa Teresa de Jesus.

A gente encontra o relato de sua vocação no Livro da Vida, capítulos 3, 4...

Uma vez, refletindo sobre suas motivações vocacionais ela vê que eram um tanto egoístas:
- livrar-se do purgatório
- “Também tinha uma grande amiga em um outro mosteiro. Isto era motivo para se tivesse que ser freira, só o ser onde ela estava. Nisto olhava mais o gosto da minha sensibilidade e vaidade do que ao bem que me ia à alma” (V 3,2);
- Temia casar-se (V 3,2
-“Embora a minha vontade não acabava de se inclinar a ser freira, vi, no entanto, que era o melhor e mais seguro estado e assim, pouco a pouco determinei-me a forçar-me para o tomar”  (V 3,5)

Ela conta muitas outras coisas:

Quando seu pai a colocou no mosteiro das Agostinianas para estudar, ali ficou um ano e meio e diz ela que melhorou muito na sua conduta. “Comecei a rezar muitas orações vocais e a procurar que todas me encomendassem a Deus, para que me desse o estado em que O havia de servir. Mas no entanto, desejava não fosse o de freira. Este, não fosse Deus servido de mo dar, embora também temesse casar-me” (V 3,2)

Terminado o tempo que ali esteve, “já tinha mais afeição a ser freira, embora não naquela casa...” “Esses bons pensamentos de ser freira, vinham-me algumas vezes e logo se afastavam e não podia persuadir-me a sê-lo”.

Saindo do mosteiro e indo para a casa de um tio, este tinha bons livros que ela dedicou-se a ler.
“Oh, valha-me Deus, por que meios me andava Sua Majestade dispondo para o estado em que Se quis servir de mim! Sem o querer, forçou-me a eu me fazer força! Bendito seja para sempre” (V 3,4).

“Ali, na casa de meu tio, fui entendendo a verdade tal como em pequena: que tudo era nada, a vaidade do mundo, como acaba em breve, e a temer, se tivesse morrido, de ter ido para o inferno. E, embora minha vontade não acabava de se inclinar a ser freira, vi, no entanto que era o melhor e mais seguro estado e assim, pouco a pouco determinei-me a forçar-me para o tomar” (V 3, 5)

“Nesta batalha estive 3 meses, forçando-me a mim mesma com esta razão: os trabalhos e pena de ser freira não podiam ser maiores que os do purgatório e eu bem havia merecido o inferno. Não era, pois, muito passar o que ainda vivesse como num purgatório: depois iria direita ao Céu, que era este o meu desejo” (V 3,6)

“Neste movimento de tomar estado, mais me movia – me parece – um temor servil que o amor. Punha-me o demônio que não poderia sofrer os trabalhos da Religião por ser tão amimada. Disto me defendia eu com os trabalhos que passou Cristo: não era muito que eu passasse alguns por Ele. Ele me ajudaria a levá-los...passei grandes tentações nestes dias” )V 3,6).

Finalmente decidiu-se a falar com seu pai sobre seu desejo de ser monja. Seu pai lhe respondeu que só quando ele morresse. Resolveu então fugir de casa e ir para o mosteiro onde estava sua amiga.

Na sua última determinação já estava de modo que iria para qualquer convento onde pensasse servir mais a Deus ....”Recordo-me...que quando sai de casa de meu pai foi tal a aflição que eu não creio será maior quando eu morrer. Parece que cada osso se me apartava de per si, pois como não tinha amor de Deus a contrabalançar o amor de pai e parentes, fazia-me tudo uma força tão grande que, se o Senhor não me ajudar, não teriam bastado as minhas considerações para ir por diante. Aqui deu-me o Senhor ânimo contra mim, de maneira que o pus por obra

.” Recebendo o Hábito, logo o Senhor me deu a entender como favorece aos que se esforçam para O servir. ...Na altura deu-me um tão grande contentamento de ter aquele estado que nunca jamais me faltou até hoje. Deus mudou a aridez da minha alma numa grandíssima ternura. Davam-me deleite todas as coisas da Religião. E verdade é andar algumas vezes varrendo a horas a que antes costumava ocupar em meus regalos e enfeites e, lembrando-me que estava livre daquilo, me dava um novo gozo que me espantava e não podia entender por onde me vinha. (V 4, 1-2).

E segue por aí adiante contando o sua alegria de ter respondido sim ao chamado de Deus.


Uma boa semana a todos.

sábado, 2 de julho de 2016

QUER SABER COMO COMEÇOU A DEVOÇÃO AO ESCAPULÁRIO DE N. SENHORA O CARMO?

Queridos irmãos e irmãs

A  festa dedicada a Nossa Senhora do Carmo que celebraremos no próximo dia 16 de julho começou assim:

O Papa Honório III redigiu no dia 30 de janeiro de 1226 a Bula de aprovação da Regra e a Confirmação da Ordem do Carmo. Em consequência desse fato a Ordem instituiu a Festa Solene de Nossa Senhora do Carmo, que se celebra no dia 16 de julho.

E o Escapulário?

Em 1245, Simão Stock é eleito sub-prior-geral da Ordem Carmelitana, mas o seu elevado cargo só lhe servia de cruz. Vivia desconsolado por causa das opressões invencíveis que os seus religiosos padeciam. Muitos se opunham ao fato deles serem chamados “Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria”, como se eles tivessem culpa de serem favorecidos pela proteção celestial de Maria.

 Simão Stock rogava então com repetidas instâncias à clementíssima Senhora de que era filho, que confirmasse a Bula de Honório III.

 Em 1251, com ardorosas palavras lhe compunha louvores entre eles a conhecida antífona: Flor do Carmelo, Vide florida, Resplendor do Céu, Virgem fecunda e singular; Mãe aprazível, sem conhecer varão, à vossos carmelitas de privilégios, ó Estrela do Mar!

Acabava o Santo de dizer essas doces palavras, quando a Virgem Santíssima lhe apareceu, vestida do hábito da Ordem, coroada de cintilantes estrelas, e tendo o seu divino Filho nos braços. Trazia nas mãos o Escapulário, e entregando-o a Simão lhe disse:

“Meu muito amado filho; recebe este Escapulário da tua Ordem, sinal da minha confraternidade, privilégio para ti e todos os carmelitas; quem com ele morrer, não padecerá o fogo eterno. Eis o sinal da salvação, a salvação nos perigos, contrato de paz e aliança para sempre”.

Daí a devoção se estendeu a toda a Ordem e depois a toda a Igreja. Muitos são agora os devotos do Santo Escapulário.

São Simão escreveu então entre outras estas palavras a seus co-irmãos:

“Conservando pois, meus irmãos, esta palavra em vossos corações, esforçai-vos em assegurar vossa salvação com boas obras e nunca pecar. Daí ação de graças por tão grande benefício, orai sem cessar,  para que o que me foi comunicado, se verifique, para glória da Santíssima Trindade, do Pai, de Jesus Cristo, do Espírito Santo e da Virgem Maria, para sempre bendita. Amém.”

(do Livro “Vida dos Santos da Ordem Carmelita” – Frei Thomas Jansen).


Boa Semana a todos!

sábado, 28 de maio de 2016

O ROSTO DA MISERICÓRDIA

Queridos irmãos e irmãs

Depois do Tempo Pascal e das grandes festividades que já celebramos: Ascensão, Pentecostes, Ssma. Trindade, Corpus Christi, só resta a do Sagrado Coração de Jesus e a festa querida de 31 de Maio, onde todos os devotos de Maria Santíssima que a honraram com suas preces neste mês de Maio, a coroam com muita alegria. Também no Carmelo costumamos coroá-la.

Mas hoje gostaria de partilhar convosco uma página do livro que estamos lendo: O rosto da Misericórdia, do Fr. Raniero Cantalamessa, o qual recomendo a leitura, principalmente neste ano que estamos vivenciando o Ano da Misericórdia.

"O Pai não é só pai do Filho e fonte do Espírito, é também o criador do universo, em cujo comando colocou o homem. Com este entrou numa relação livre de amor e de comunhão à imagem da relação que tem com o Filho. Nesta relação Ele entra com toda a Sua glória e com todo o Seu amor. A ligação pois, que o Pai tem com o universo, envolve-O no seu íntimo com toda a sua personalidade.É nesta relação que se insere o sofrimento...........O sofrimento pela recusa do homem em se deixar envolver pelo seu amor e pela sua santidade..........

Leia-se Jr 31,20: "Porventura Efraim não e o meu filho predileto? Acaso não é um filho querido?Quanto mais o repreendo, mais Me lembro dele. Por isso, as minhas entranhas comovem-se, e Eu terei compaixão dele"

.........É como se Deus aceitasse sofrer Ele próprio as consequências do pecado do seu povo, antevendo o que irá acontecer de fato sobre a cruz.

.........Um homem nas mesmas circunstâncias poderia desafogar o ardor da sua ira e normalmente é assim que faz, mas Deus não, porque Ele é "Santo", é diferente; se também nós somos infiéis, Ele é fiel, porque não Se pode negar a Si mesmo (Os 11,8-9 e 2Tm 2,13).
Perante as criaturas humanas, Deus encontra -Se despojado de toda a capacidade não apenas constritiva, mas também defensiva. Se os seres humanos escolherem impedir o seu ato de amor como seu criador, Ele não poderá intervir como autoridade para Se impor a eles. Não poderá fazer outra coisa senão respeitar, em medida infinita, a livre escolha dos homens. Embora os possa rejeitar ou eliminar, Ele deixa-los-a agir e não Se defenderá. Ou melhor, a Sua maneira de Se defender é de defender os homens contra o seu próprio aniquilamento será amar ainda mais e sempre, eternamente.
Esta é na verdade a piscina, ou melhor, o abismo do mistério que se abre diante de nós. Só nos resta lançar-nos para dentro dela cheios de admiração e de gratidão. (ler Jo 5, 1 ss). 

(Somos nós esse paralítico que precisa ser lançado nas águas da Misericórdia divina, para sermos curados de nossos males).

Uma boa semana a todos.

sábado, 7 de maio de 2016

"MÃE" SEGUNDO O PAPA FRANCISCO

Queridos irmãos e irmãs

Amanhã celebraremos a Ascensão do Senhor, uma comemoração muito importante para a Igreja e para cada cristão: Jesus, com seu braço forte, levá-nos consigo para com Ele, permanecermos à direito do Pai. Leva-nos consigo e traz do céu para estar conosco o Santo Espírito que celebraremos na próxima semana.

Mas é também o dia que no Brasil se celebra o DIA DA MÃE

Gostaria de partilhar convosco as palavras que o Papa Francisco dirigiu às mães na catequese de 7 de janeiro de 2015. Talvez muitos já a tenham lido, mas vale a pena ler novamente:

"Continuamos com as catequeses sobre família e na família há a mãe. 
Cada pessoa humana deve a vida a uma mãe e quase sempre deve a ela muito da própria existência sucessiva, da formação humana e espiritual.
 A mãe, porém, mesmo sendo muito exaltada do ponto de vista simbólico – tantas poesias, tantas coisas belas se dizem poeticamente da mãe – é pouco escutada e pouco ajudada na vida cotidiana, pouco considerada no seu papel central da sociedade. Antes, muitas vezes se aproveita da disponibilidade das mães a sacrificar-se pelos filhos para “economizar” nas despesas sociais.
Acontece que, mesmo na comunidade cristã, a mãe nem sempre é valorizada, é pouco ouvida.
 No entanto, no centro da vida da Igreja está a Mãe de Jesus.
 Talvez as mães, prontas a tantos sacrifícios pelos próprios filhos, e não raro também por aqueles de outros, deveriam encontrar mais escuta. Precisaria compreender mais a luta cotidiana delas para serem eficientes no trabalho e atentas e afetuosas na família; precisaria entender melhor o que elas aspiram para exprimir os frutos melhores e autênticos da sua emancipação. Uma mãe com os filhos sempre tem problemas, sempre trabalho. Em me lembro de casa, éramos cinco filhos e enquanto um fazia uma coisa outro fazia outra, o outro pensava em fazer outra e a pobre mãe ia de um lado a outro, mas era feliz, Deu tanto a nós.
As mães são o antídoto mais forte para a propagação do individualismo egoísta. “Indivíduo” quer dizer “que não se pode dividir”. As mães, em vez disso, se “dividem” a partir de quando hospedam um filho para dá-lo ao mundo e fazê-lo crescer. São essas, as mães, a odiar mais a guerra, que mata os seus filhos. 
Tantas vezes pensei naquelas mães quando recebem a carta: “Digo-lhe que o seu filho morreu em defesa da pátria…”. Pobres mulheres! Como uma mãe sofre! São essas a testemunhar a beleza da vida.
 O arcebispo Oscar Arnulfo Romero dizia que as mães vivem um “martírio materno”. Na homilia pelo funeral de um padre assassinato pelos esquadrões da morte, ele disse, repetindo o Concílio Vaticano II: “Todos devemos estar dispostos a morrer pela nossa fé, mesmo se o Senhor não nos concede esta honra… Dar a vida não significa somente ser morto; dar a vida, ter espírito de martírio, é dar no dever, no silêncio, na oração, no cumprimento honesto do dever; naquele silêncio da vida cotidiana; dar a vida pouco a pouco? Sim, como a dá uma mãe que, sem temor, com a simplicidade do martírio materno, concebe no seu seio um filho, dá à luz a ele,  amamenta-o, fá-lo crescer e cuida dele com carinho. É dar a vida. É martírio”.
 Termino aqui a citação. Sim, ser mãe não significa somente colocar no mundo um filho, mas é também uma escolha de vida. O que escolhe uma mãe, qual é a escolha de vida de uma mãe? A escolha de vida de uma mãe é a escolha de dar a vida. E isto é grande, isto é belo.
Uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral.
 As mães transmitem, muitas vezes, também o sentido mais profundo da prática religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende, é inscrito no valor da fé na vida de um ser humano. 
É uma mensagem que as mães que acreditam sabem transmitir sem tantas explicações: estas chegarão depois, mas a semente da fé está naqueles primeiros, preciosíssimos momentos. Sem as mães, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo.
 E a Igreja é mãe, com tudo isso, é nossa mãe! Nós não somos órfãos, temos uma mãe! Nossa Senhora, a mãe Igreja e a nossa mãe. Não somos órfãos, somos filhos da Igreja, somos filhos de Nossa Senhora e somos filhos das nossas mães.
Queridas mães, obrigado, obrigado por aquilo que vocês são na família e por aquilo que dão à Igreja e ao mundo.
 E a ti, amada Igreja, obrigado por ser mãe. 
E a ti, Maria, mãe de Deus, obrigado por fazer-nos ver Jesus. E obrigado a todas as mães aqui presentes: saudamos vocês com um aplauso!"

Uma boa semana a todos!

terça-feira, 26 de abril de 2016

ORAÇÃO DO RECOLHIMENTO SEGUNDO SANTA TERESA DE JESUS

Queridos irmãos e irmãs

Hoje transcrevo para vocês alguns textos que a Santa Madre Teresa de Jesus fala sobre a Oração de Recolhimento no Caminho da Perfeição e outros livros de sua autoria.

"Aqueles que puderem se recolher nesse pequeno céu de nossa alma, acreditem que seguem excelente caminho (CP 28,5)...De minha parte, confesso que nunca soube o que era rezar com satisfação até que Ele me ensinou esse modo de oração.
Chama-se "recolhimento" porque a alma recolhe todas as faculdades e entra em si mesma com seu Deus....É um retirar os sentidos das coisas exteriores, abandonando-as de tal maneira que, sem compreender, ela vê os seus olhos se fecharem para não as contemplar e para que mais se desperte a visão das coisas espirituais....Entendei que isso não é coisa sobrenatural, estando em nossas mãos e sendo algo que podemos fazer com o favor de Deus, já que sem este não podemos nada, sequer ter um bom pensamento. Porque isto não é o silêncio das potências, mas o encerramento delas no interior da alma.....
Vede como Santo Agostinho falou que o procurou em muitos lugares e só veio a encontrá-lo dentro de si mesmo. Pensais que importa pouco a uma alma dissipada entender essa verdade e ver que não precisa, para falar com seu Pai eterno ou para regalar-se com Ele, ir ao céu?

O recolhimento não tem outro fim senão o de conduzir a alma para o santuário mais íntimo do Senhor.

Ao esforço do recolhimento, deve seguir-se normalmente um esforço de busca ativa de Deus
Não há nada melhor do que procurar a companhia de Jesus e conversar com Ele. Como Verbo, Ele está presente na alma com o Pai e o Espírito Santo; e como Verbo Encarnado, é o mediador único e a palavra de Deus que devemos escutar em silêncio;

"Absorta em si mesma, pode pensar na Paixão, representar ali o Filho e oferecê-lo ao Pai, sem cansar o entendimento indo procurá-lo no Monte Calvário, no Horto ou na coluna.....É bom pensar um pouco...mas, aquietado o entendimento, fique ali com Ele. Se puder, que se ocupe em ver que Ele o olha, fazendo-lhe companhia, falando com Ele, pedindo, humilhando-se e deliciando-se com Ele, tendo sempre em mente que não merece estar ali" (CP 28, V, 13).

"Tratai com Ele como com um pai, um irmão, um Senhor e um Esposo, às vezes de uma maneira e às vezes de outra; Ele vos ensinará o que tendes de fazer para contentá-lo...."

Uma boa semana a todos.

domingo, 10 de abril de 2016

CONSAGRAÇÃO DO BRASIL À NOSSA SENHORA APARECIDA

Queridos irmãos e irmãs

Partilho hoje essa bela Consagração do Brasil à Nossa Senhora Aparecida, num momento em que o Brasil está passando por essa crise. Estamos rezando essa oração diariamente. Não podemos fazer grandes coisas, mas podemos rezar pela nossa Pátria.

CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA APARECIDA

Ó Maria imaculada, Senhora da Conceição Aparecida, aqui tendes prostrado diante da vossa milagrosa imagem o Brasil, que vem de novo consagrar-se à vossa maternal proteção.
Escolhendo-vos por especial padroeira e advogada da nossa pátria, nós queremos que ela seja inteiramente vossa.
Vossa a sua natureza sem par, vossas as suas riquezas, vossos os campos e as montanhas, os vales e os rios, vossa a sociedade, vossos os lares e seus habitantes, com os seus corações e tudo que eles têm e possuem; vosso, enfim, é todo o Brasil.
Sim, ó Senhora Aparecida, o Brasil é vosso!
Por vossa intercessão, temos recebido todos os bens das mãos de Deus, e todos os bens esperamos receber, ainda e sempre, por vossa intercessão.
Abençoai, pois, o Brasil que vos ama, abençoai o Brasil que vos agradece, abençoai o Brasil que é vosso.
Abençoai, ó Rainha de amor e misericórdia, abençoai, defendei, salvai o vosso Brasil!
Protegei a Santa Igreja, preservai a nossa fé, defendei o Santo Padre, assisti os nossos Bispos. Santificai o nosso clero, socorrei as nossas famílias, amparai o nosso povo, esclarecei o nosso governo, guiai a nossa gente no caminho do céu e da felicidade.
Ó Senhora da Conceição Aparecida! Lembrai-vos de que somos e queremos ser vossos vassalos e súditos fiéis. Mas lembrai-vos também de que somos e queremos ser vossos filhos. Mostrai, pois, ante o céu e a terra que sois a padroeira poderosa do Brasil e a Mãe querida de todo o povo brasileiro.

Sim, ó Rainha do Brasil, ó Mãe de todos os brasileiros, venha sempre mais a nós o vosso reino de amor, e por vossa mediação venha à nossa pátria o reino de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso! Amém.

quinta-feira, 24 de março de 2016

OS PRESENTES DE JESUS

Queridos irmãos e irmãs




Hoje iniciamos o Tríduo Pascal. 

Aquele que tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim, no seu infinito Amor deixou-nos infinitos dons.

Vamos lembrar alguns:

Seu Corpo e Sangue na Santa Eucaristia

O Mandamento do Amor

O Santo Sacerdócio

O seu Santo Evangelho

Além disso deu-nos Maria por Mãe.

E deixou a sua fotografia de corpo inteiro - O SANTO SUDÁRIO.

Como não CRER e ADORAR?

SILÊNCIO TODA A CARNE DIANTE DAQUELE MORREU E RESSUSCITOU PARA NOS TORNAR PARTICIPANTES DA SUA GLÓRIA!

SANTA E FELIZ PÁSCOA!

Irmãs Carmelitas

domingo, 6 de março de 2016

O QUE A ORAÇÃO PEDE, O JEJUM O ALCANÇA E A MISERICÓRDIA O RECEBE

Queridos irmãos e irmãs
Hoje, 4º domingo da quaresma, domingo róseo, cujas leituras falam da infinita misericórdia de Deus.
Mas como já estamos quase no fim da quaresma hoje partilho com vocês a 2ª leitura do oficio de matinas de 3ª feira. É um bom programa de vida para a quaresma:

Dos Sermões de São Pedro Crisólogo, bispo
(Sermo 43: PL 52,320.322)             (Séc.IV)

O que a oração pede, o jejum o alcança 
e a misericórdia o recebe
Há três coisas, meus irmãos, três coisas que mantêm a fé, dão firmeza à devoção e perseverança à virtude. São elas a oração, o jejum e a misericórdia. O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe. Oração, misericórdia, jejum: três coisas que são uma só e se vivificam reciprocamente.
O jejum é a alma da oração e a misericórdia dá vida ao jejum. Ninguém queira separar estas três coisas, pois são inseparáveis. Quem pratica somente uma delas ou não pratica todas simultaneamente, é como se nada fizesse. Por conseguinte, quem ora também jejue; e quem jejua, pratique a misericórdia. Quem deseja ser atendido nas suas orações, atenda as súplicas de quem lhe pede; pois aquele que não fecha seus ouvidos às súplicas alheias, abre os ouvidos de Deus às suas próprias súplicas.
Quem jejua, pense no sentido do jejum; seja sensível à fome dos outros quem deseja que Deus seja sensível à sua; seja misericordioso quem espera alcançar misericórdia; quem pede compaixão, também se compadeça; quem quer ser ajudado, ajude os outros. Muito mal suplica quem nega aos outros aquilo que pede para si.
Homem, sê para ti mesmo a medida da misericórdia;deste modo alcançarás misericórdia como quiseres, quanto quiseres e com a rapidez que quiseres; basta que te compadeças dos outros com generosidade e presteza.
Peçamos, portanto, destas três virtudes – oração,jejum, misericórdia – uma única força mediadora junto de Deus em nosso favor; sejam para nós uma única defesa, uma única oração sob três formas distintas.
Reconquistemos pelo jejum o que perdemos por não saber apreciá-lo; imolemos nossas almas pelo jejum, pois nada melhor podemos oferecer a Deus como ensina o Profeta: Sacrifício agradável a Deus é um espírito penitente; Deus não despreza um coração arrependido e humilhado (cf. Sl 50,19).
Homem, oferece a Deus a tua alma, oferece a oblação do jejum, para que seja uma oferenda pura, um sacrifício santo, uma vítima viva que ao mesmo tempo permanece em ti e é oferecida a Deus. Quem não dá isto a Deus não tem desculpa, porque todos podem se oferecer a si mesmos.
Mas, para que esta oferta seja aceita por Deus, a misericórdia deve acompanhá-la; o jejum só dá frutos se for regado pela misericórdia, pois a aridez da misericórdia faz secar o jejum. O que a chuva é para a terra, é a misericórdia para o jejum. Por mais que cultive o coração, purifique o corpo, extirpe os maus costumes e semeie as virtudes, o que jejua não colherá frutos se não abrir as torrentes da misericórdia.
Tu que jejuas, não esqueças que fica em jejum o teu campo se jejua a tua misericórdia; pelo contrário, a liberalidade da tua misericórdia encherá de bens os teus celeiros. Portanto, ó homem, para que não venhas a perder por ter guardado para ti, distribui aos outros para que venhas a recolher; dá a ti mesmo, dando aos pobres, porque o que deixares de dar aos outros, também tu não o possuirás.