sábado, 18 de novembro de 2017

"NAS MÃOS DE DEUS"

Queridos irmãos e irmãs

Transmito hoje para vocês essa bela reflexão sobre o abandono da nossa vida nas mãos providentes de Deus.

NAS MÃOS DE DEUS’

“Sois o Senhor! Faz de mim o que for do Vosso agrado! (1Sm 3,18)
Na vida de cada criatura há sempre sofrimentos suficientes para uma purificação radical, escolhidos e dispostos por Deus segundo as necessidades e situações de cada um.

Infelizmente, poucos são os que se aproveitam deles, porque poucos são os que sabem reconhecer neles a mão divina que os quer purificar. Poucos se deixam conduzir por Deus, desfazer e refazer, segundo o Seu beneplácito divino!

A maioria pretende chegar à união divina conforme seus planos e pontos de vista.

“Meu filho, (adverte o Espírito Santo em Eclo 2, 1.4.6) – se entrares para o serviço de Deus, prepara-te para a tentação. Aceita tudo o que te enviar, e nas tuas dolorosas vicissitudes, tem paciência...Confia n’Ele e te protegerá, anda no reto caminho e espera n’Ele”.

Nunca nos persuadiremos demais de que a “via reta”, para chegar a Deus e à santidade, é o que é fixado pelo próprio Deus e não o escolhido segundo o nosso modo de ver. Ou o homem se santifica segundo o critério de Deus ou jamais se santificará. Ou se deixa levar por Ele, ou jamais alcançará a meta.

“Há muitos que desejam passar adiante e muito continuamente pedem a Deus os traga e conduza a este estado de perfeição (união com Deus). Mas quando Deus quer começar a levá-los pelos primeiros trabalhos e mortificações conforme para isso é necessário, não aceitam sofrê-los e furtam o corpo, fugindo do caminho estreito da vida para buscarem a via larga do seu próprio consolo” (S.João da Cruz, Chama 2,27). Preferem caminhar a seu modo e Deus, que não violenta a liberdade humana, deixa-os na mediocridade.

Nas situações penosas da vida – incompreensões, insucessos, infortúnios, ambientes difíceis – fujamos da tentação de raciocinar se são justa ou injustas, de atribuí-las à malícia de outrem, ou indagar os motivos. Ao contrário: havemos de, com o puro olhar da fé, ver em tudo a mão de Deus, que prova sua criatura para purificá-la.

Pela profunda fé, Jó, ao anúncio da perda dos bens e dos filhos “cai por terra em adoração dizendo: O Senhor o deu, o Senhor o tirou, bendito seja o nome do Senhor” (Jo, 1,20-21).

Também mais tarde, entre trevas e angústias, ao se lamentar, protestando sua inocência, reconhecerá pela fé que Deus, permitindo, embora, sofrimentos inexplicáveis, é sempre justo e sábio e não é lícito ao homem indagar a conduta divina: “Não é Deus homem como eu, com quem eu possa discutir” (Jo, 9,32).
Cessará enfim a prova, quando se abandonar aos misteriosos desígnios de Deus, renunciando a todo o raciocínio e defesa pessoal.

Motivos mais altos tem ainda o cristão para se entregar a Deus na hora da provação! Sabe que Deus é seu Criador e tem todos os direitos sobre ele. Sabe também que Deus é Pai e, que o prova, não para atormentá-lo, mas sim para purificá-lo, santificar. Sabe que Deus se fez seu irmão e que, ao assumir a carne humana, quis padecer para expiar em Si todas as misérias humanas, e fez da dor o sacramento da Redenção.

Fixando o olhar em Cristo que sofre inocente, compreende o cristão quanta necessidade tem de participar dos Seus padecimentos, pois, como pecador, só assim, reconquistará a inocência perdida, a pureza perfeita.

Além disso, sustenta-o invencível esperança porque “os sofrimentos do tempo presente não tem proporção alguma com a glória que há de revelar-se em nós” (Rom 8,18).

FELIZ SEMANA A TODOS!




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