Partilho convosco essa belíssima página de São Columbano:
Instrução de São Columbano, abade (Liturgia das Horas da 28º
semana do Tempo Comum, Leituras)
“Que felizes, que ditosos aqueles servos que o Senhor ao
voltar encontrar vigilantes!. Preciosa vigília pela qual se mantém alerta para
Deus, criador do universo, que tudo penetra e tudo supera!
Oxalá também a mim, embora vil, mas, seu mínimo servo, se
digne de tal forma sacudir-me do sono da inércia, acender o fogo da caridade
divina. Que a chama de seu amor, o desejo de união com ele cintilem mais que os
astros e sempre arda dentro de mim o fogo divino!
Quem me dera serem tais os méritos, que minha lâmpada
estivesse sempre acesa, à noite, no templo de meu Senhor, para iluminar todos
os que entram na casa de meu Deus!
Senhor, concedei-me, eu te rogo, em nome de Jesus Cristo,
teu Filho e meu Deus, aquela caridade que não conhece ocaso, a fim de que minha
lâmpada possa acender-se e jamais se apague. Arda para mim, ilumine os outros.
Que tu, Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, te dignes acender
nossas lâmpadas, de modo a refulgirem para sempre em teu Templo, receberem
perene luz de ti, que és a luz perene, para iluminar nossas trevas e afugentar
de nós as trevas do mundo.
Entrega, rogo-te meu Jesus, Pontífice das realidades
eternas, tua luz à minha candeia, para que por esta luz se manifeste a mim o
santo dos santos que te possui, ali entrando pelos umbrais de teu templo
magnífico, e onde somente e sem cessar eu te veja, te contemple, te deseje. Esteja
eu apenas diante de ti, amando-te, e em face de ti minha lâmpada sempre
resplenda, se abrase.
Suplico tenhas a condescendência de te mostrares, amado
Salvador, a nós que batemos à tua porta para que, conhecendo-te, só a ti
amemos, só a ti desejemos, só em ti meditemos dia e noite, sempre pensemos em
ti. Inspira em nós tanto amor por ti quanto é justo que sejas, ó Deus, amado e
querido.
Teu amor invada todo o nosso íntimo, teu amor nos possua por
inteiro, tua caridade penetre em nossos sentidos todos. Deste modo, não
saibamos amar coisa alguma fora de ti, que és eterno. Uma caridade tamanha que
nem as muitas águas do céu, da terra e do mar, jamais a possam extinguir em
nós, conforme a palavra: E as muitas águas não puderam extinguir o amor (Ct
8,7).
Que tudo se realize em nós, ao menos em parte, por teu dom,
Senhor nosso Jesus Cristo, a quem a glória pelos séculos. Amém.
E esse trecho do ofício de Matinas de Santo Inácio de
Antioquia que hoje celebramos:
“Meu amor está crucificado, a matéria não me inflama, porque
uma água viva e murmurante dentro de mim me diz em segredo: “Vem para o Pai”.
Uma boa semana a todos!
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