sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

FELIZ NATAL! SANTO ANO NOVO!


JMJT

“Coloque-se nos braços de Maria, bem pertinho
de Jesus e José
e seu Natal será Feliz!
Ele nasceu para ser nosso e para
nos salvar!”
As irmãs do Carmelo de Santa Teresinha
em Benevides, Pará,
Desejam a todos seus irmãos, irmãs,
amigos,parentes e benfeitores
um Santo e Feliz Natal!
e um Ano Novo pleno de serenidade




A Santa Missa nas vésperas do Natal será às 21 horas
e no dia de Natal às 8 horas
na Nossa Capela.

domingo, 30 de setembro de 2018

SOLENIDADE DE SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

Queridos irmãos e irmãs

Amanhã celebramos a Solenidade da padroeira do nosso Carmelo - Santa Teresinha. Estamos terminando a Novena das Rosas. A Santa Missa amanhã será às 6h25m celebrada pelo Arcebispo de Belém Dom Alberto G. Correa. Terá no final da Missa a bênção das rosas. Desejamos que Santa Teresinha continue cumprindo sua promessa de passar seu Céu fazendo o bem na Terra e derramando as rosas das graças sobre todos aqueles que a invocam com fé e amor.

Quantas coisas se escreveram sobre Santa Teresinha! Mando abaixo alguns links que vocês poderão acessar para conhecer melhor nossa querida Santa:



Vídeos:

⚘ Os três martírios de Santa Teresinha

https://youtu.be/nysCTF2GsNs


⚘ História de uma alma

https://youtu.be/XwchcPiI1jc


⚘ São Pio X e Santa Teresinha

https://youtu.be/MQcK8Jner8Q


⚘ Em que consiste a infância espiritual de Santa Teresinha?

https://youtu.be/LOdFyrOsXg0


⚘ Santa Teresinha: doutora de vida
Padre Paulo Ricardo
(01h00min)

https://youtu.be/ZaAWFIkW0t8


⚘ Santa Teresinha, Lutero e a misericórdia
Padre Paulo Ricardo
(01h00min)

Desejamos a todos uma Boa Semana e amanha uma santa festa de Santa Teresinha

sábado, 26 de maio de 2018

Ó TRINDADE FELIZ!

Queridos irmãos e irmãs

Amanhã a Igreja celebra a Santíssima Trindade. Quanto a refletir e meditar sobre esse magnifico Mistério da nossa Fé!

Pelo Batismo todos nós fomos mergulhados na Trindade e a Trindade habita em nós como em casa própria. Peçamos a Deus a graça de nunca esquecer que somos habitados por Deus. Nunca estamos sós. Jesus garantiu também pelo seu Evangelho essa presença naqueles que nele creem.

No  Carmelo costumamos no dia da Santíssima Trindade fazer a bênção do quintal com água benta. Vamos pelos vários pontos da propriedade benzendo as árvores frutíferas, as plantas, as aves, enfim tudo o que está no caminho. Lembramos a criação do mundo e também rezamos em determinados pontos o Evangelho de São João, capítulo 1: "No princípio era o Verbo......" É uma maneira singela de agradecermos à Santíssima Trindade tudo o que ela nos deu e preparou com tanto amor para nós suas criaturas e seus filhos bem-amados.


Temos no carmelo vários santos e santas que escreveram e tiveram experiências místicas sobre o mistério da Santíssima Trindade, mas vamos partilhar convosco uma poesia da Santa Elisabete da Trindade que vocês já conhecem:

"Vogando em pleno mar, muito a meu gosto,
minha barquinha, ó boa Madre,
fez viagem das mais belas:
numa noite calma, em profundo silêncio,
eu deslizava suavemente sobre o oceano imenso.
sob a abóbada do céu, tudo repousava
e parecia escutar a voz do Eterno.
mas de súbito surgiram umas vagas alterosas
e o leve batel desapareceu, sob as suas águas.
era a TRINDADE a entreabrir-me o seu seio,
e encontrei o meu centro no divino abismo:
não mais me verão na margem, à beira-mar;
eu mergulho no Infinito: eis a minha herança.
a minha alma descansa, nessa Imensidade
e vive com os seus TRÊS como na eternidade"




Uma boa semana a todos!

sábado, 12 de maio de 2018

LOUVEMOS AO SENHOR POR TANTOS DONS!


Queridos irmãos e irmãs

Amanhã, domingo é um dia cheio de comemorações: A Ascensão do Senhor, o Dia das Mães, e o Aniversário da Aparição de Nossa Senhora em Fátima!

Tudo fala  de Deus e leva a Deus. Os apóstolos não se entristeceram com o retorno de Jesus ao Pai porque esperavam alegres o Espírito Santo que Ele prometeu. O Espírito Santo é sinal inegável da sua constante presença junto dos que nele creem.

Quantos dons recebemos do nosso Redentor!: o perdão dos pecados, a sua permanente presença na Eucaristia, o Espírito Santo, e a sua Santíssima Mãe, além do seu Evangelho no qual nos deixou sua doutrina e sua palavra divina.

É um dia portanto de Ação de Graças por tantos dons. Pela Mãe do Céu e pela nossa mãe. Pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo, pelo dom da vida e da eternidade e tantos outros que estão no coração de cada um.

Muitas coisas poderia partilhar com vocês mas tive que escolher então vai este trecho de uma Santa carmelita Madalena de Pazzi que nos fala sobre o Espírito Santo:

“O Espírito é o dispensador dos tesouros que estão no seio do Pai e é o Tesoureiro dos Conselhos que circulam entre o Pai e o Verbo...
Do seio do Pai extrai o poder com dons mais numerosos que as estrelas do céu.

 Do lado do Verbo extrai um amor ardente, mais abundante em frutos que a primavera em flores...

Do coração do Verbo tira uma íntima pureza, mais luminosa que uma água puríssima...

As cataratas do Céu estão sempre abertas para derramar as graças, porém nos não temos sempre aberta a boca do desejo para recebê-las...

 Oh! Quão aberto está o Céu para enviá-lo...Vem, vem, oh Santo Espírito! Venha a união do Pai, a complacência do Verbo, a glória dos Anjos! Tu és o Espírito da Verdade, prêmio dos Santos, refrigério das almas, luz das trevas, riqueza dos pobres, tesouro dos que amam, saciedade dos famintos, consolo dos peregrinos; Tu és Aquele no qual estão contidos todos os tesouros...

O Espírito veio com toda a plenitude de seus dons e entrou no meu coração...Porém não me basta que descanses somente em mim: rogo-te que infundas também nas outras esposas tuas, eleitas e amadas, e em todas as demais criaturas”.

Boa Semana a todos!

sábado, 28 de abril de 2018

SANTIDADE - É PARA TODOS?

Queridos irmãos e irmãs

Amanhã já é o 5º Domingo do Tempo Pascal. Você já pensou em ser santo? 
Recomendo que leiam com atenção a EXORTAÇÃO DO PAPA FRANCISCO: ALEGRAI-VOS E EXULTAI, publicada no princípio deste mês de Abril. Para você se animar a lê-la na íntegra, transcrevo abaixo apenas um trecho:


14. Para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso. Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim. 

Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação.

 Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. 

És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. 

És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. 

Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais.[14]

15. Deixa que a graça do teu Batismo frutifique num caminho de santidade. Deixa que tudo esteja aberto a Deus e, para isso, opta por Ele, escolhe Deus sem cessar. Não desanimes, porque tens a força do Espírito Santo para tornar possível a santidade e, no fundo, esta é o fruto do Espírito Santo na tua vida (cf. Gal 5, 22-23). Quando sentires a tentação de te enredares na tua fragilidade, levanta os olhos para o Crucificado e diz-Lhe: «Senhor, sou um miserável! Mas Vós podeis realizar o milagre de me tornar um pouco melhor».

 Na Igreja, santa e formada por pecadores, encontrarás tudo o que precisas para crescer rumo à santidade. «Como uma noiva que se adorna com as suas joias» (Is 61, 10), o Senhor cumulou-a de dons com a Palavra, os Sacramentos, os santuários, a vida das comunidades, o testemunho dos santos e uma beleza multiforme que deriva do amor do Senhor.

16. Esta santidade, a que o Senhor te chama, irá crescendo com pequenos gestos. Por exemplo, uma senhora vai ao mercado fazer as compras, encontra uma vizinha, começam a falar e… surgem as críticas. Mas esta mulher diz para consigo: «Não! Não falarei mal de ninguém». Isto é um passo rumo à santidade. Depois, em casa, o seu filho reclama a atenção dela para falar das suas fantasias e ela, embora cansada, senta-se ao seu lado e escuta com paciência e carinho. Trata-se doutra oferta que santifica. Ou então atravessa um momento de angústia, mas lembra-se do amor da Virgem Maria, pega no terço e reza com fé. Este é outro caminho de santidade. Noutra ocasião, segue pela estrada fora, encontra um pobre e detém-se a conversar carinhosamente com ele. É mais um passo."

Não é belo? Uma boa semana para todos.




domingo, 15 de abril de 2018

A CONTEMPLAÇÃO SEGUNDO SANTA TERESA DE JESUS

Queridos irmãos e irmãs

Neste 3º domingo da Páscoa em que os apóstolos, perplexos, contemplavam o Cristo Ressuscitado que apareceu no meio deles enquanto faziam uma refeição, e lhes mostrou as chagas e lhes pediu um alimento, e lhes falou palavras divinas sobre Sua Pessoa, partilho convosco o que pesquisei no Dicionário de Santa Teresa quando fala da Contemplação. O que é a contemplação para Santa Teresa de Jesus. Vejamos:

"
CONTEMPLAÇÃO

1. Em geral

Teresa entende por “contemplação” uma forma de oração superior a meditação e estruturalmente diversa desta. A meditação é discursiva. A contemplação não, é antes intuitiva. Aquela é racional, fundamentalmente obra do entendimento e orientado para a vontade e a ação. A contemplação afeta diretamente a vontade e envolve toda a pessoa do orante, a toda a sua afetividade anímica, num simples fluxo de atividade e passividade. Realiza uma especial relação do homem com Deus, prepara a união mística e perdura nos altos graus da mesma. Teresa distinguirá os atos ou momentos passageiros de contemplação, e o “estado de contemplação”, que coincidirá nos escritos teresianos com os altos graus da experiência mística, quando o sujeito se sensibilizou e co-naturalizou com a presença e a ação de Deus nele.
Embora sem lhe dar o nome de “contemplação”, Teresa dedica-lhe uma espécie de instantânea descritiva no primeiro capítulo do Livro da Vida, ao recordar a eclosão de sua sensibilidade infantil, pensando na eternidade ou abandonando-se ao desejo de ver a Deus: Espantava-nos muito a afirmação, no que líamos, de que a pena e a glória eram para sempre. Ocorria de passarmos muito tempo tratando disso e nos agradava dizer muitas vezes: para sempre, sempre, sempre! Por dizer isso muito devagar, ficava impresso em mim, em tão tenra idade, o caminho da verdade” (1,4). Sublinhei os vocábulos mais indicativos da modulação contemplativa infantil: “espantava-nos muito” (assombro), “passar muito tempo” (enlevo prolongado), “caminho da verdade impresso em mim” (índice inicial de infusão ou de passividade contemplativa).
Rara vez ela aludirá ao ato natural de contemplar algo, como a paisagem ou a água ou o rosto de uma criança. Atesta-o somente de passagem: “Eu também me beneficiava de ver campos, águas, flores; encontrava nessas coisas a lembrança do Criador, isto é, elas me despertavam e me recolhiam, servindo-me de livros” (V 9,5; na R 1,11 completa a série: “quando vejo alguma coisa formosa, rica, como água campos, flores, odores, música...”, mas nesta passagem já os transcendendo desde a alta contemplação do divino).
 Do ponto de vista psicológico, na contemplação - segundo ela - estão “atados” o entendimento e a fantasia. É clássico seu momento de auto-análise: “Este entendimento [abarca a entendimento e imaginação] está tão perdido [na contemplação], que não parece senão um louco furioso, que ninguém pode atar, nem sou senhora de fazê-lo estar quieto um credo... Conheço mais então a grandíssima mercê que me faz o Senhor quando tem atado este louco em perfeita contemplação” (V 30,16) do ponto de vista pedagógico, no magistério teresiano há dois modos de superar e discorrer da meditação: uma, com a simples superação da oração discursiva, que ela chama “recolhimento” ou “oração de recolhimento”, e a outra já em “contemplação mística” que ela alguma rara vez designará com o termo teológico latinizante “infusa”: “luz infusa” (M 6,9,4), “resplendor infuso” (V 28,5), “sabedoria infundida” (C 6,9). Só para esta reserva o nome de “contemplação”. Costuma qualificá-la de “contemplação perfeita” (V 22 passim; C 16; 25,1; 27-28; M 6,7,7; F 4,8...); em seus graus místicos mais elevados: “subida contemplação” ou “subidíssima contemplação” (V 8,11; 22 tít...; CE 60,2), “cume de contemplação” (V 22,7; Conc 5,3).
As notas características da contemplação infusa são, segundo ela, do ponto de vista psicológico, a fixação da mente em qualquer um dos aspectos do “mistério”, com a conseqüente cessação do fluxo de pensamentos de imagens: Teresa titubeia entre as duas fórmulas “o entendimento não discorre” ou “não obra”, ainda que esta última corrigi-la-ão os teólogos censores. Mais importante é sua origem: do ponto de vista genético, “é coisa dada por Deus” (C 17,2), “coisa sobrenatural” (V 23,5...); ou seja, é pura iniciativa de Deus em nós, pura graça: “sem o rumor das palavras, esse Mestre divino está lhe ensinando, suspendendo-lhe a atividade do intelecto, porque esta, nessa circunstância, antes prejudicaria que beneficiaria; a alma goza sem entender como. Ela está abrasando-se em amor e não entende como ama; sente deleitar-se naquilo que ama e não sabe como Ela bem entende que o seu intelecto nunca alcançaria esse prazer; é tomada por uma intensa vontade sem compreender como... Ele é dom do Senhor do céu e da terra, que o dá como quem é. Esta, filhas, é a contemplação perfeita” (C 25,2). Teresa insiste repetidas vezes em que não existem técnicas oracionais que produzam este gênero de contemplação ou introduzam nela. Em nítida contraposição com as duas formas de oração mental e vocal: “pensar e rezar.. Nessas duas coisas, também podemos fazer alguma coisa, com o favor de Deus; na contemplação de que acabei de falar, nada está ao nosso alcance: Sua Majestade é quem faz tudo, pois é obra Sua, que está além da nossa natureza” (ib 3).

2. O ingresso na contemplação

É tradicional a graduação da oração em três etapas sucessivas: vocal, mental-meditativa, contemplação. Também Teresa mantém essa sucessão, com certa perspectiva cronológica ou pedagógica (C 25). Mas sem caráter inflexível. Ao contrário, está convencida de que é na graça da contemplação mística, onde Deus manifesta mais ostensivamente sua gratuidade incondicional. É muito possível a passagem da oração vocal à contemplativa: “Digo-vos que é muito possível que estando rezando o Pai Nosso vos ponha o Senhor em contemplação perfeita” (C 25,1: reiterado em C 30,7).
De fato, “algumas vezes, Deus vai querer conceder a pessoas em mau estado esse enorme favor, a fim de tirá-las, por esse meio, das mãos do demônio” (C 16,6). Ele pode “algumas vezes elevar uma alma distraída à perfeita contemplação” (é o título do c. 16 de C). “há almas que Deus entende poder, por esse meio, atrair para Si; vendo-as totalmente perdidas, não quer Sua Majestade que algo lhes falte de Sua parte. Ainda que estejam em mau estado e carentes de virtudes, Ele lhes dá gostos, consolos... chegando até a pô-las em contemplação, mas raras vezes e por pouco tempo... (C 16,8). Seria, segundo ela, o caso de São Paulo no caminho de Damasco (“a São Paulo o pôs logo no cume da contemplação”: Conc 5,3). Mais freqüentemente, como testemunhas dessa espécie de exceção, proporá a são Paulo e a Madalena (C 40,3; M 1,1,3). São mostras excepcionais da liberdade e gratuidade absolutas com que Ele outorga “a quem quer” o dom da contemplação. Contudo, o normal é que a conceda a quem se dispôs adequadamente para receber esse dom de Deus.
A Santa assinalou o momento de ingresso na contemplação em três passagens diversas: a) no Livro da Vida c. 10; b) no Caminho, 28 e ss.; c) nas quartas Moradas.
a) No Livro da Vida 10, limita-se a constatar seu caso pessoal: “eu tinha começado a sentir às vezes, embora com brevidade, o que passo a relatar. Vinha-me de súbito, na representação interior de estar ao lado de Cristo..., tamanho sentimento da presença de Deus que eu de maneira alguma podia duvidar de que o Senhor estivesse dentro de mim ou que eu estivesse toda mergulhada nele” (10,1). “Acredito ser o que chamam de teologia mística”, acrescentará em seguida. Esse ingresso na contemplação primeiriza da presença de Deus foi preparado por um longo e penoso período de luta: “combatendo, em vez disso, uma sombra da morte, sem que ninguém me desse vida”, afirma sintetizando esse processo (V 8,12). Noite cerrada, que havia culminado no que chamamos “conversão” de Teresa (ib 9). Na realidade foi sua “conversão a Cristo” a que fez de portão de acesso ao oásis da contemplação. O ponto de arrimo descreve-o assim: “Isto não era a modo de visão... a alma fica suspensa de tal modo que parece estar fora de si; a vontade ama, a memória parece estar quase perdida, o intelecto não discorre [“não obra”, havia escrito primeiro], mas, a meu parecer, não se perde; entretanto, repito, também não age, ficando como que espantado com o muito que alcança, porque Deus lhe dá a entender que ele nada compreende daquilo que Sua Majestade lhe representa” (10,1).
Passando do testemunho autobiográfico ao meramente doutrinal, retomará o tema nos capítulos 14-15 do Livro da Vida, onde pontualizará mais detalhadamente as diferenças entre “primeira e segunda água”, ou seja, entre oração ascética, ainda que seja sumamente simplificada (V 13,22), e oração de quietude e gostos “que são as sobrenaturais” (ib 14 tít.).
b) No Caminho, a chegada à contemplação se apresenta como término da “oração de recolhimento”. Sucessão sem continuidade. Já no Livro da Vida apontou a existência desse estádio prévio: “Antes [ou seja, antes do ingresso na “mística teologia”], eu tivera continuamente uma ternura que, em parte, é possível procurar...” (V 10,2). Voltará a apontá-lo no final desse primeiro grau de oração (V 13,22). Agora, no Caminho, exporá extensamente a chamada “oração de recolhimento” (cf c. 28 tií.), e a descreve como uma simples práxis que ultrapassa a simples meditação e que é normalmente acessível a quem a pratica. Com a peculiaridade de preparar o terreno para a recepção da graça de contemplação: “bom fundamento para que, se quiser elevar-nos a grandes coisas, o Senhor encontre em nós disposição” (C 29,8). Essas ‘grandes coisas’ acontecerão a partir da oração de “quietude”, de que tratará em seguida (cc. 30-31) e que será o ingresso na contemplação.
A exposição do Caminho tem intenção pedagógica: é certo que Deus outorga gratuitamente seu dom de “contemplação”. Mas o normal é que o sujeito se encontre preparado. O que exige uma série de doses ascéticas (amor, desapego, humildade, sede da água viva...), e um processo de interiorização da oração, que ela condensa na pequena técnica do recolhimento.
c) Por fim, no Castelo Interior reserva uma sessão das moradas - as quartas - para codificar a etapa de transição, do recolhimento à primeira oração contemplativa: a oração de “quietude”. Desenhá-las-á com o delicado símbolo das fontes: fontes com canais e aquedutos, que transportam a água ao interior do castelo trabalhosamente, a base de esforço humano; e reservatório que mana e verte água desde o mais profundo do castelo e se expande pelas moradas todas silenciosamente, como as águas de Siloé, dilatando o coração (M 4,2,1-5).

3. Os graus da contemplação

Teresa escreve seus textos a partir do alto de sua experiência mística. Daí que o estabelecer graduação ao processo de relação “alma-Deus”, conceda sempre atenção especial às etapas místicas. E que as estas as meça pelo parâmetro da oração contemplativa. As duas exposições mais importantes se encontram no Livro da Vida (a), e em Moradas (b).

a) no Livro da Vida (cc. 14 e ss.) propõe três graus de contemplação infusa. No símil de horto de regar, 2ª, 3ª, e 4ª águas. A saber:
-no primeiro grau de contemplação infusa seria a oração de quietude: infusão de amor. Enlevo da vontade, em que faz de talismã o “Bem de Deus”, sua bondade, amor, beleza, misericórdia... Pequena porta de ingresso no espaço da experiência do divino.
-o segundo grau seria já o ingresso nas formas extáticas, que Teresa chama “sono das potências” (c. 16,2), “embriaguez de amor”, “embriaguez da alma” (V 16,2; 18,13: imagens que abundarão em seguida nos Conceitos 4,3-5; 6,3).
-o terceiro grau seria a ‘união’, não só da vontade humana com a de Deus, mas do pobre espírito humano com o divino. Teresa dirá que, chegada a esse ponto, crescia nela “um grande amor de Deus, que não sabia quem lhe infundia, porque era muito sobrenatural”. “Querendo divertir (=distrair), nunca saía da oração. Mesmo dormindo me parecia que estava nela... Aqui era crescer o amor...” (V 29, 7-8).
b) No Castelo Interior, escrito já em plena maturidade, Teresa proporá outra graduação, ligeiramente diversa, mas mais certeira. As três primeiras moradas assinalarão três momentos da oração meditativa. As três últimas (quintas, sextas e sétimas), três graus de contemplação. Entre aquelas e estas, intercalará as quartas, que proporão uma oração de “quietude” como fase de transição e ingresso no estado de contemplação infusa. E esta última se reverterá em um processo de união com o mistério divino: união inicial da alma com Deus nas quintas moradas; união extática (“Vivo já fora de mim”) nas sextas moradas; e união consumada 
(“Já toda me entreguei e dei”), união em certo modo indissolúvel nas sétimas moradas: “Aqui [neste grau de contemplação] é... como se um pequeno arroio se lançasse no mar, não havendo mais meio de recuperá-lo” (M 7,2,4).

quarta-feira, 28 de março de 2018

CRISTO RESSUSCITOU, ALELUIA!


As Irmãs Carmelitas desejam a todos os seus amigos e
benfeitores uma
SANTA E FELIZ PÁSCOA!

Que a alegria de Cristo Ressuscitado nos acompanhe
SEMPRE!

HORÁRIO DA SEMANA SANTA

5ª FEIRA SANTA - MISSA DA CEIA DO SENHOR - 17 H
6ª FEIRA SANTA - ADORAÇÃO DA CRUZ - 15 H
SÁBADO SANTO - VIGÍLIA PASCAL - 21 H
DOMINGO DA PÁSCOA - MISSA ÀS 8 H

CARMELO SANTA TERESINHA
ALAMEDA JOSÉ DE OLIVEIRA FRANÇA S/N
BENEVIDES - PA
F. 91-37241118


domingo, 18 de março de 2018

POESIA DE SANTA TERESINHA A SÃO JOSÉ

Queridos irmãos e irmãs

Amanhã com muita alegria celebraremos o nosso Pai São José!

No ano passado publicamos alguma coisa do que a Santa Madre Teresa de Jesus disse a respeito de São José e sua devoção a ele.

Hoje publicamos uma poesia que Santa Teresinha escreveu a São José:

A nosso Pai São José

São José, tua vida admirável
Na pobreza decorreu,
a contemplar sempre a beleza
de Jesus e de Maria

São José, o Pai tão terno
protege nosso Carmelo
Que tuas filhas, neste mundo,
Saboreiem sempre a Paz do Céu!

O Filho de Deus, na infância,
sendo a ti sempre submisso,
quantas vezes, bem feliz,
em teu colo repousou

E como vós, nós também
em tranquila solidão
servimos a Maria e Jesus
Sem outro desejo senão
o de lhes agradar.

Nossa Mãe Santa Teresa,
com muito amor te invocava
e todas as suas preces
Dizia que escutavas.

Temos a esperança que um dia
ao terminar a prova desta vida
Vos veremos ao lado de Maria.
Abençoa terno Pai, nosso Carmelo,
e após o desterro dessa vida,
Ajunta-nos lá no Céu!

E este belo pensamento de um outro beato carmelita: Francisco Palau:

"Para alcançar com maior segurança a intercessão da Virgem Maria, se deve interpor a intercessão de todos seus anjos e santos, especialmente a de seu esposo São José. De modo que, se a alma com viva fé pode comprometer em seu favor o Patriarca São José, com ele terá a Maria, com Maria a Jesus e com Jesus ao Pai. Já que o Pai faz o que o Filho lhe pede, o Filho o que lhe pede a sua Mãe."


E o beato carmelita Tito Brandsma: Sobre Maria e José:
"Que alegria para eles poder servir ao Menino Jesus! Que diligência em servi-lo, em atendê-lo em dispersar-lhe seus cuidados! Com que respeito o fazem! Plenamente satisfeitos, se conformam com sua pobreza. Nada de queixas nem críticas para seus semelhantes: só estão atentos aos seus deveres e privilégios. A má vontade dos outros em nada entibia seu zelo, senão que, pelo contrário, os estimula mais ao carinho respeitoso e a solicitude para com ele. ..Admiramos a eleição de São José que em tudo se submeteu às ordens divinas e continuou junto a Maria, para que nela se cumprissem os desígnios da Providência. Coloquemo-nos com Maria sob o patrocínio do Santo Patriarca São José".

Da Santa Maravilhas de Jesus, carmelita: "Que nosso Pai São José seja nosso modelo. Peçamos-lhe que nos ensine a viver só para Deus. Olhem que a alma que deveras o deseje, a alma que é fiel em todas as coisas, ainda que caia, nunca deixa de recompensa-la o Senhor".

De Santa Teresa Benedita da Cruz, carmelita: "São José não abandona aos seus; São José nosso Pai, sabe ajudar em todas as necessidades, dos aflitos é conselheiro, na morte, refúgio. Por isso nunca desanimar se vos ameaçam ou se vos envolvem as tormentas. Sede atrevidos na prece. A confiança terá sua recompensa".

QUE SÃO JOSÉ NOS AMPARE E PROTEJA A SANTA IGREJA!

FELIZ FESTA DE SÃO JOSÉ!





sábado, 24 de fevereiro de 2018

DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO E JEJUM PELA PAZ


Queridos Irmãos e Irmãs

"Se vos converterdes, o mundo terá Paz" (Nossa Senhora aos Pastorinhos em Fátima)

Ontem, 23 de fevereiro foi o dia de oração e jejum pela paz no mundo à pedido do Papa Francisco.
Depois da oração das Vésperas  o  Senhor nos deu uma promessa de Paz através de um pequeno sinal – o Arco-Íris duplo. Todo pedido pela Paz é bem aceito por Deus e certamente os frutos chegarão a seu tempo.  Se a oração pela paz se prolongar em todos os dias do Ano e não só num dia, os frutos serão maiores e poderemos ver sinais de paz na família, em cada cidade, em cada Estado e em cada Pais do mundo. Oração feita por todos, velhos, jovens e crianças, de qualquer raça ou nação e de qualquer religião. Será como um arco-íris envolvendo todo o globo. 

O Senhor deu à Noé um sinal de aliança e uma promessa: nunca mais destruirei o mundo pelo dilúvio. E apareceu no Céu o Arco-Íris. Ele continua fazendo aliança com suas criaturas. Ele é sempre fiel mas o homem nem sempre o é, daí as guerras, violência e destruição. Mas há sempre uma esperança de Paz:  "Se vos converterdes o mundo terá Paz" disse Nossa Senhora nas aparições em Fátima. E o pedido sempre repetido nas Escrituras: Se cumprirdes os meus mandamentos sereis felizes.

 Vão algumas fotos do arco-íris visto do claustro do nosso Carmelo ontem:



E como ponto para reflexão, transcrevemos a 2ª Leitura do Ofício das Leituras de ontem. Leia com vagar e verá como é atual para nossos tempos:


Segunda leitura
Da Constituição pastoral Gaudium et Spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II
(N.9-10) (Séc.XX)

As interrogações mais profundas do gênero humano
O mundo moderno apresenta-se simultaneamente poderoso e fraco, capaz do melhor e do pior; abre-se diante dele o caminho da liberdade ou da escravidão, do progresso ou da regressão, da fraternidade e do ódio. Por outro lado, o homem toma consciência de que depende dele a boa orientação das forças por ele despertadas e que podem oprimi-lo ou servi-lo. Eis por que se interroga a si mesmo.
Na verdade, os desequilíbrios que atormentam o mundo moderno estão ligados a um desequilíbrio mais profundo, que se enraíza no coração do homem.
No íntimo do próprio homem, muitos elementos lutam entre si. De um lado, ele experimenta, como criatura, suas múltiplas limitações; por outro, sente-se ilimitado em seus desejos e chamado a uma vida superior.
Atraído por muitas solicitações, é continuamente obrigado a escolher e a renunciar. Mais ainda: fraco e pecador, faz muitas vezes o que não quer e não faz o que desejaria. Em suma, é em si mesmo que o homem sofre a divisão que dá origem a tantas e tão grandes discórdias na sociedade.
Muitos, sem dúvida, que levam uma vida impregnada de materialismo prático, não podem ter uma clara percepção desta situação dramática; ou, oprimidos pela miséria, sentem-se incapazes de prestar-lhe atenção. Outros, em grande número, julgam encontrar satisfação nas diversas interpretações da realidade que lhes são propostas.
Alguns, porém, esperam unicamente do esforço humano a verdadeira e plena libertação da humanidade, e estão persuadidos de que o futuro domínio do homem sobre a terra dará satisfação a todos os desejos de seu coração.
Não faltam também os que, desesperando de encontrar o sentido da vida, louvam a audácia daqueles que, julgando a existência humana vazia de qualquer significado próprio, se esforçam por encontrar todo o seu valor apoiando-se apenas no próprio esforço.
Contudo, diante da atual evolução do mundo, cresce o número daqueles que formulam as questões mais fundamentais ou as percebem com nova acuidade. Que é o homem? Qual é o sentido do sofrimento, do mal e da morte que, apesar de tão grandes progressos, continuam a existir? Para que servem semelhantes vitórias, conseguidas a tanto custo? Que pode o homem dar à sociedade e dela esperar? Que haverá depois desta vida terrestre?
A Igreja, porém, acredita que Jesus Cristo, morto e ressuscitado por todo o gênero humano, oferece ao homem, pelo Espírito Santo, luz e forças que lhe permitirão corresponder à sua vocação suprema; ela crê que não há debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possam ser salvos.
Crê igualmente que a chave, o centro e o fim de toda a história humana encontra-se em seu Senhor e Mestre.
A Igreja afirma, além disso, que, subjacente a todas as transformações, permanecem imutáveis muitas coisas que têm seu fundamento último em Cristo, o mesmo ontem, hoje e sempre.




terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

OLHOS FIXOS NO CRUCIFICADO!

Queridos irmãos e irmãs

Continuando a nossa peregrinação ao Deserto, fazendo companhia a Jesus, nesses quarenta dias da Quaresma, partilho hoje alguns pensamentos da Santa Madre Teresa de Jesus, tirado de suas obras:

Nos momentos de oração, ela recomenda:
- pensar na sua vida passada, exame de consciência, arrependimento dos pecados, compulsão;
- pensar na vida de Cristo - louvá-Lo muito
- Ajudá-lo a levar a cruz e pensar que toda vida nela viveu;
- Não deixar Cristo cair sob o peso da Cruz;
- Olhá-Lo sempre;
- Pensar na glória que esperamos e no amor que o Senhor nos teve e na Sua Ressurreição;
- Acostumar-se a se enamorar muito da sua Sagrada Humanidade, trazendo-O sempre consigo. Falar com Ele. Pedir-lhe ajuda para as necessidades, queixar-se dos trabalhos. Alegrar-se com Ele nos contentamentos e não esquecê-Lo por eles;
- Pensar em Cristo atado à coluna...penas que ali teve e por que a teve, e quem é Aquele que os teve e o amor com que as passou. Fique ali com Ele
- Entrar na oração única e somente determinada a ajudarem Cristo a levar a Cruz (V, 15,2);
- Perder o caminho não me parece ser outra coisa senão deixar a oração. Deus nos livre disto, por quem Ele é! (V, 19,13);
- "Primeiro me cansei eu de O ofender que Sua Majestade de me perdoar" (V 19,14);
- "Confie na bondade de Deus que é bem maior que todos os males que podemos fazer";
-"Nunca Ele se cansa de dar, nem se podem esgotar a Sua misericórdia, não nos cansemos nós de a receber".
- "Que fazeisVós, Senhor, que não seja para maior bem da alma que entendeis já ser vossa e que se põe em vosso poder para seguir-Vos por onde fordes até a morte da Cruz e que está determinada a ajudar-Vos a levá-la e a não Vos deixar só com ela? (V, 11,13)
- "Fazei, Senhor, o que quiserdes, não Vos ofenda eu, não se percam as virtudes se algumas já me destes, só por Vossa bondade. Quero padecer, Senhor, pois Vós padecestes. Cumpra-se em mim, de todas as maneiras, a Vossa Vontade" (V 11, 13)

sábado, 10 de fevereiro de 2018

POEMA A JESUS

Queridos irmãos e irmãs

Hoje quero partilhar convosco um poema composto pela Ir. Maria Celina de Jesus Crucificado, já falecida, que pertencia ao Carmelo de Santa Teresa em Coimbra, Portugal. Ela foi priora da Ir. Lúcia, pastorinha de Fátima.

"Concede-me passar como uma sombra passa
vestida de silêncio, sem nada dar por mim.
Inteiramente tua, ao Teu querer um SIM.
Concede-me passar deixando a Tua Graça.

Concede-me passar como uma nuvem passa,
À terra prodigando a chuva benfazeja.
De mim faz uma bênção, um dom à Tua Igreja.
Concede-me passar deixando a Tua Graça.

Concede-me passar como o orvalho passa,
Humilde e pequenina espelhando a Tua luz.
Que quem cruzar comigo só veja a Ti, Jesus.
Concede-me passar deixando a Tua Graça.

Concede-me passar como o perfume passa,
A vida oferecida em dom total de amor.
Consuma-se meu nada ficando o Teu odor.
Concede-me passar deixando a Tua Graça.

Concede-me passar como uma brisa passa,
Depondo um beijo Teu na dor de cada Irmão.
Assume-me, Senhor e faz-me redenção.
Concede-me passar deixando a Tua Graça.

Concede-me passar como uma rosa passa,
Deixando perfumada a mão que a desfolhou.
Por toda a humanidade assim a Ti me dou.
Concede-me passar deixando a Tua Graça.

Concede-me passar como uma noite passa,
Ficando em seu lugar um radioso dia.
Recebe a minha vida entregue por Maria
Concede-me passar deixando a Tua Graça.

Uma boa semana a todos, Aproveitemos os dias do Carnaval para estarmos mais perto do Senhor, preparando-nos assim para a Santa Quaresma que se aproxima.