Transmitimos abaixo essa bela reflexão tirada do livro "Falar com Deus" - 4ª feira da 17ª semana do Tempo Comum
O TESOURO E A PÉROLA PRECIOSA
– A vocação, algo de valor imenso, uma prova muito especial do amor de Deus.
– Deus passa pela vida de cada pessoa em circunstâncias bem determinadas de idade, trabalho, etc. Passa e chama.
– Generosidade perante a chamada do Senhor.
I. O REINO DOS CÉUS é semelhante a um tesouro escondido num campo, o qual, quando um homem o acha, esconde‑o e, cheio de alegria pelo que encontrou, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. Também é semelhante a um mercador que busca boas pérolas. E, tendo encontrado uma de grande valor, vai, vende tudo o que tem e compra‑a1.
Com estas duas parábolas, Jesus revela no Evangelho da Missa o valor supremo do Reino de Deus e qual deve ser a atitude do homem para alcançá‑lo. O tesouro e a pérola têm sido imagens utilizadas tradicionalmente para exprimir a grandeza da vocação, o caminho pessoal para alcançar Cristo nesta vida e depois, para sempre, no Céu.
O tesouro significa a abundância de dons que se recebem juntamente com a vocação: graças para vencer os obstáculos, para crescer em fidelidade dia a dia, para o apostolado...; a pérola indica a beleza e a maravilha do chamamento divino: não é somente algo de altíssimo valor, mas também o ideal mais belo e perfeito que o homem pode descobrir.
Há uma novidade nesta segunda parábola em relação à do tesouro: a descoberta da pérola foi precedida por uma busca afanosa, ao passo que o tesouro foi encontrado de improviso2. Ambas as situações podem dar‑se no chamamento divino. Muitos podem ter encontrado a sua vocação quase sem procurá‑la; foi um tesouro que os deslumbrou repentinamente. Outros experimentaram uma inquietação íntima, posta por Deus em seus corações, que os levou a procurar a pérola de maior valor; sentiram uma insatisfação em relação às coisas humanas que os impeliu a continuar a busca: Quid adhuc mihi deest? Que me falta?3 Em ambos os casos – um encontro repentino ou a busca prolongada –, tratou‑se de algo de altíssimo valor: “uma honra imensa, um orgulho grande e santo, uma prova de predileção, um carinho particularíssimo, que Deus manifestou num momento concreto, mas que estava na sua mente desde toda a eternidade”4.
II. UMA VEZ DESCOBERTA a pérola ou encontrado o tesouro, é necessário dar mais um passo. A atitude que se deve tomar é idêntica em ambas as parábolas e está descrita nos mesmos termos: vai, vende tudo o que tem e compra‑o. O desprendimento, a generosidade, é condição indispensável para se entrar na posse do achado. “Escrevias: «[...] Esta passagem do Santo Evangelho caiu na minha alma e lançou raízes. Já a tinha lido muitas vezes, sem captar a sua substância, o seu sabor divino».
“Tudo..., tudo tem que ser vendido pelo homem sensato, para conseguir o tesouro, a pérola preciosa da Glória!”5 Não há nada de tanto valor!
Mas nem o homem que encontrou o tesouro nem aquele que descobriu a pérola sentem falta do que antes possuíam e que venderam. A riqueza do que acharam é de tal ordem que compensa de longe o que deram em troca, isto é, tudo o que tinham. A mesma coisa acontece com os que descobrem ou encontram o seu caminho pessoal para Deus: abandonam tudo e encontram tudo. O Senhor sublinha na parábola a alegria com que aqueles homens venderam o que possuíam. É razoável pensar que se tratava de coisas que apreciavam: casa, mobília, peças decorativas... Representavam o esforço de anos de trabalho. Mas vendem tudo, sem calculismos, sem pensar demasiado, com alegria.
Deus passa pela vida de cada pessoa em circunstâncias bem determinadas, numa idade concreta, em situações diferentes. Passa e chama uns na primeira hora6, quando têm ainda poucos anos, e pede‑lhes as suas ambições, as esperanças e projetos de um futuro que, a essa idade, parece cheio de promessas; a outros, chama‑os na maturidade da vida... ou no seu declínio. E a maioria, o Senhor encontra‑os no seu trabalho de homens e mulheres correntes no meio do mundo, e deseja que continuem a ser fiéis comuns para que santifiquem esse mundo em cujo cerne se encontram, sem abandonar nenhuma das suas responsabilidades, mas vivendo através delas uma entrega plena e total a Deus.
Em qualquer idade em que se receba a chamada, o Senhor concede uma juventude interior que tudo renova, um entusiasmo de coisas por estrear e de ímpeto apostólico. Ecce nova facio omnia7, diz o Senhor; Eu posso renovar tudo, acabar com a rotina da tua vida, ensinar‑te a olhar mais longe e mais alto. Não vale a pena? Não está aí a fonte da alegria que não passa, que já não tem altos e baixos?
Qual a melhor idade para entregar‑se a Deus? Aquela em que o Senhor chama. Tanto faz também que se seja solteiro, casado ou viúvo, porque Deus nos quer com tudo o que somos e temos, dentro das nossas circunstâncias particulares. O importante, pois, é ser generoso com Ele no momento e sempre, sem confiar em que haverá outra oportunidade; sem pensar também que já passou o tempo das decisões cheias de audácia e de valentia, que é muito tarde... ou muito cedo. Sempre é tempo para a alegria do encontro divino.
III. EM COMPARAÇÃO com a pérola de grande preço achada pelo mercador – comenta São Gregório Magno –, nada tem valor, e a alma abandona tudo o que tinha adquirido, desfaz‑se de tudo o que vinha carregando sobre as costas e considera disforme tudo o que lhe parecia belo na terra, porque somente o resplendor daquela pérola preciosa brilha aos olhos da sua alma8.
Quem é chamado – seja qual for a sua situação pessoal – deve entregar ao Senhor tudo o que Ele lhe pede: com freqüência, tudo o que estiver em condições de dar‑lhe. As circunstâncias, no entanto, são diferentes e, portanto, dar tudo nem sempre irá significar materialmente a mesma coisa: uma pessoa casada, por exemplo, não pode nem deve abandonar o que, por vontade de Deus, pertence aos seus: o amor à mulher ou ao marido, a dedicação à família, a educação dos filhos... Para essa pessoa, dar tudo significa viver a vida de um modo novo, cumprindo melhor os seus deveres; significa viver heroicamente as suas obrigações familiares; desviver‑se no esforço por educar cristã e humanamente os filhos; preocupar‑se pelas outras famílias amigas; falar‑lhes de Deus com a conduta e com a palavra; encontrar tempo para colaborar em tarefas de apostolado...: “Na vida real de um homem ou de uma mulher casados, que depois descobrem o significado vocacional do seu matrimônio, a «descoberta» aparece sempre como uma dimensão concreta da sua vocação cristã, que é o que há de mais radical”9.
Mas em qualquer estado ou situação, quando se deseja seguir o Senhor mais de perto, compreende‑se que ninguém pode ficar fechado no seu pequeno mundo. Compreende‑se que é necessário iluminar a vida dos outros, chegar mais longe, entrar mais a fundo no ambiente em que se vive para transformá‑lo, ampliando o círculo de amizades, empenhando‑se numa ação apostólica mais intensa e extensa. Isto diz respeito também aos casados, aos doentes, aos de idade avançada, que, dentro dos limites das suas circunstâncias de vida, devem sentir‑se responsáveis por um mundo que está às escuras.
Seguir assim os passos de Cristo, numa entrega plena, nunca é fácil. Quem se encontra instalado numa posição mais ou menos estável, quem se considera com a vida já realizada, pode ver que essa tranqüilidade conquistada – à qual considera ter pleno direito – corre perigo. E é com isso precisamente que Cristo pede que rompamos: com a rotina, com a mediocridade, com a vulgaridade cômoda.
A vocação sempre exige renúncia e uma mudança profunda na conduta. Implica a entrega a Deus daquilo que se tinha reservado para si, e deixa a descoberto os apegamentos, as fraquezas, os redutos que se supunham intocáveis e que, no entanto, é preciso destruir para adquirir o tesouro sem preço, a pérola incomparável. É o próprio Jesus quem nos procura: Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi10. E se Ele chama, também dá as graças necessárias para segui‑lo, no começo da vida, na maturidade e na velhice.
São José, nosso Pai e Senhor, encontrou o tesouro da sua vida e a pérola preciosa na missão de cuidar de Jesus e de Maria aqui na terra. Peçamos‑lhe hoje que nos ajude sempre a viver com plenitude e alegria o que Deus quer de cada um de nós, e que entendamos em todo o momento que nada vale tanto a pena como o cumprimento fiel dos compromissos da nossa vocação.
OS PAIS E A VOCAÇÃO DOS FILHOS
(Do
livro “Falar com Deus” n.4 – Quadrante)
“Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim;
quem ama o seu filho ou a sua filha mais do que a mim não é digno de mim”,
lemos no evangelho (Mt 10,34)
Quando decidimos livremente
seguir a Deus por completo,, entendemos que os outros planos devem ceder: pai,
mãe, noivo, noiva...O chamamento de Deus vem em primeiro lugar, e todas as
outras coisas devem ficar em segundo plano.
As palavras de Jesus não implicam
nenhuma oposição entre o primeiro e o quarto mandamento, mas assinala a ordem
que se deve seguir. Devemos amar a Deus com todas as nossas forças através da
peculiar vocação recebida dEle; e também devemos amar e respeitar – na teoria e
na prática – os pais que Deus nos deu, com quem temos uma dívida tão grande.
Mas o amor aos pais não pode antepor-se ao amor de Deus.
Geralmente não há razão para
que surja uma oposição entre ambos, mas se em algum caso chega a dar-se, será
necessário lembrar-se daquelas palavras de Cristo adolescente no Templo de
Jerusalém: Por que me buscáveis? Não sabíeis que devo ocupar-me nas coisas de
meu Pai? (Lc 2,49). É a resposta de Jesus a Maria e a José, que o procuravam
angustiados, e que constitui um ensinamento para os filhos e para os pais: para
os filhos, porque devem aprender que não se pode antepor o carinho familiar ao
amor de Deus, especialmente quando o Senhor pede um seguimento de entrega
total; para os pais, porque devem ser conscientes de que os seus filhos são acima
de tudo de Deus, e que Ele tem direito a dispor deles, ainda que por vezes isso
implique um grande sacrifício para os pais.
Triste decisão seria a daquele
que fizesse ouvidos surdos a Deus para não causar um desgosto aos pais, e mais
triste consolo seria nesse caso o dos pais, pois, como diz São Bernardo, “o seu
consolo é a morte do filho”. Dificilmente poderiam causar-lhe maior mal.
Só se pode seguir o Senhor com
a liberdade que nasce do desprendimento pleno; com uma liberdade de coração que
não se enreda em melancolias e saudades, em frouxos sentimentos que conduzem a
uma entrega a Deus pela metade. Nada se ganha com uma decisão a meias, com um
coração dividido.
Pode acontecer em alguns casos
que a decisão de seguir o Senhor por inteiro não seja compreendida pelos
próprios parentes: porque não a entendem,, porque tinham forjado outros planos,
legítimos, ou porque não querem aceitar
a parte de renúncia que lhes cabe. O filho ou filha a quem Deus chama
deve contar com isso, e, ainda que a sua correspondência a esse chamamento
divino cause dor aos pais, deve compreender que a fidelidade à sua vocação é o
maior bem para ele ou para ela e para toda a família. Em qualquer
circunstância, sendo muito firme em seguir o seu próprio caminho,, tem de
querer aos seus pais muito mais do que antes da chamada; deve rezar muito por
eles, para que compreendam que “não é um sacrifício, para os pais, que Deus
lhes peça os filhos; nem, para aqueles que o Senhor chama, é um sacrifício
seguí-Lo.
“Pelo contrário, é uma honra
imensa, um orgulho grande e santo, uma prova de predileção, um carinho
particularíssimo, que Deus manifestou num momento concreto, mas que estava na
sua mente desde toda a eternidade” (José Maria Escrivá). É a maior honra que o
Senhor pode conceder a uma família, uma das maiores bênçãos.
Quem entregou o seu coração
por completo ao Senhor, recupera-o mais jovem, mais engrandecido e mais limpo,
para amar a todos. O amor aos pais, aos irmãos..., passa então pelo coração de
Cristo e daí sai profundamente enriquecido.
São Tomás sublinha que Tiago e
João são louvados por terem seguido o Senhor abandonando o pai, e que não o
fizeram porque este os incitasse ao mal, mas porque “consideraram que o seu pai
poderia passar a vida de outro modo, seguindo eles o Senhor. O Mestre passou
pela vida deles, chamou-os e a partir desse momento todas as outras coisas
ficaram em segundo plano. No Céu, os pais terão uma glória especial, fruto em
boa parte da correspondência dos seus filhos à chamada de Deus: a vocação é um
bem, e uma bênção para todos.
A vocação é iniciativa divina;
Ele sabe muito bem o que é melhor para aquele que foi chamado e para a
respectiva família. Muitos pais aceitam incondicionalmente e com alegria a
vontade de Deus para os seus filhos, e dão graças quando algum deles é chamado
a seguir o Senhor por toda a vida; outros adotam atitudes muito diferentes,
alimentadas por vários motivos: lógicos e compreensíveis alguns, outros com
laivos de egoísmo.
Com a desculpa de que os
filhos são muito novos – para seguirem a chamada de Deus, não tomarem outras
decisões que comprometem – ou de que ainda não têm a necessária experiência da
vida, deixam-se levar pela grave tentação a que aludia Pio XII: “Mesmo entre
aqueles que se orgulham da fé católica, não faltam muitos pais que não se
conformam com a vocação dos filhos, e combatem sem escrúpulos a chamada divina,
com todo o tipo de argumentos, até com meios que podem pôr em perigo, não só a
vocação para um estado de vida mais perfeito, mas a própria consciência e a salvação
eterna dos que deviam ser-lhes tão queridos”,
Esquecem que eles são
“colaboradores de Deus”, e que é lei da vida que os filhos deixem o lar paterno
para formarem por sua vez um novo lar, ou simplesmente que o façam por razões
de trabalho, de estudo. E não lhes acontece nenhuma desgraça. E há casos em que
são as próprias famílias que fomentam essa separação para o bem dos filhos.
Porque hão de pôr obstáculos ao seguimento de Cristo? Ele “jamais separa as
almas”.
Os bons pais sempre desejam o
melhor para os seus filhos. São capazes de realizar os maiores sacrifícios pelo
bem humano de cada um deles. E, é claro, pelo seu bem espiritual. Sacrificam-se
para que cresçam cheios de saúde, para que progridam nos estudos, para que
tenham bons amigos, para que vivam conforme o querer de Deus e levem uma vida
honrada e cristã. Para isso Deus os chamou ao matrimônio; a educação dos filhos
é um querer expresso de Deus nas suas vidas; é a lei natural.
........................
Os pais devem pedir o melhor
para os seus filhos, e o melhor é que sigam a chamada divina com que Deus os
abençoou. Este é o grande segredo para serem felizes na terra e chegarem ao
Céu, onde os espera uma bem-aventurança sem limites e sem fim...........
Quantas vocações para uma
entrega plena não concedeu Deus aos filhos em atenção à generosidade e à oração
dos pais! Mais ainda: O Senhor serve-se normalmente dos próprios pais para
criar um clima idôneo em que possa vingar e desenvolver-se nos filhos o germe
da vocação: “Os cônjuges cristãos afirma o Concílio Vaticano II, são um para o
outro, para os filhos e para os demais familiares, cooperadores da graça e
testemunhas da fé. Para os filhos, são eles os primeiros anunciadores e
educadores da fé. Formam-nos para a vida cristã e apostólica pela palavra e
pelo exemplo. Ajudam-nos com prudência na escolha da vocação e fomentam com
todo o esmero a vocação sagrada quando a descobrem neles”. Não podem ir mais
longe, pois não lhes compete discernir se os filhos têm ou não vocação; devem
unicamente formar-lhes bem a consciência e ajudá-los a descobrir o seu caminho,
sem lhes forçar a vontade.
Uma vocação no seio de uma
família significa uma especial confiança e predileção do Senhor para com todos.
É um privilégio, que é necessário proteger – especialmente mediante a oração –
como um grande tesouro. Deus abençoa a mãos cheias o lar em que nasceu uma
vocação fiel; “Não é sacrifício entregar os filhos ao serviço de Deus; é honra
e alegria”
O QUE QUER DIZER A PALAVRA “CARMELO”?
Quer dizer: “Vinha fértil”, “Jardim florido”.
O QUE É O “CARMELO
TERESIANO?”
Na Igreja existem as Ordens ou Congregações Religiosas de
Vida Ativa e de Vida Contemplativa.
O Carmelo Teresiano pertence a uma Ordem de Vida
Contemplativa – A Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.
É uma ordem muito antiga que foi reformada em 1562 pela
Santa Teresa de Jesus.
SENDO UMA ORDEM DE
VIDA CONTEMPLATIVA
SEU CARISMA É A
ORAÇÃO.
Ele age como o fermento escondido e silencioso, dentro da
massa. Como o coração que, bem escondido, envia sangue para todo o corpo, da
cabeça aos pés.
O coração também é o símbolo do AMOR. Por isso o Carmelo
quer ser AMOR no coração da Igreja e quer viver somente para o AMOR – Jesus
Cristo.
O CARMELO NÃO TEM
OUTRO APOSTOLADO A NÃO SER O DA ORAÇÃO. SEUS MEMBROS ESTÃO À SERVIÇO DA ORAÇÃO.
VIVEM DELA E PARA ELA.
POR QUE?
PORQUE A ORAÇÃO É
O CAMINHO QUE CONDUZ À INTIMIDADE COM DEUS E É ISSO QUE UMA ALMA CONTEMPLATIVA
DESEJA – SER ÍNTIMO DE DEUS.
Seus membros só desejam uma coisa: serem TESTEMUNHAS DO
AMOR.
Manifestar ao mundo que DEUS EXISTE, que devemos viver
PARA ELE, COM ELE. Que esta vida na terra é passageira. Que todos um dia
seremos CONTEMPLATIVOS NO CÉU – vendo eternamente a face de Deus. Essa é a
vocação de todo cristão: retornar Àquele que o criou e viver plenamente feliz
na SUA PRESENÇA.
PODERÍAMOS DIZER QUE O CARMELO É O PRINCÍPIO DO CÉU – SE
FORMOS FIÉIS E SE VIVERMOS CONTINUAMENTE CONSCIENTES DA DIVINA PRESENÇA.
QUAL O PONTO
PRINCIPAL DO SEU MODO DE VIDA?
“Viver em obséquio de Jesus Cristo, meditando dia e noite
na Lei do Senhor e velando em oração” (Regra de Santo Alberto de Jerusalém).
QUAL A IMAGEM DE
CRISTO COM QUE O CARMELO MAIS SE IDENTIFICA?
Com o Cristo orante. Que passava horas em oração
silenciosa diante do Pai. Que não fazia nada sem antes colocar-se em oração. O
Cristo que ensinava a orar vivendo continuamente num colóquio amoroso com o
Pai.
QUEM FOI TERESA DE
JESUS?
Santa Teresa de Jesus, conhecida também como Santa Teresa
de Ávila, nasceu em Ávila, Espanha, no dia 28 de março de l5l5.
Aos 20 anos foge da casa paterna para o mosteiro das
Carmelitas – o Mosteiro da Encarnação que na época contava com aproximadamente
180 monjas.
Estimulada por um grupo de monjas amigas e inspirada por
Deus começa um novo estilo de viver. Deseja retornar ao rigor primitivo da
Regra de Santo Alberto. Deseja também uma comunidade de poucas monjas para que
pudessem ser como uma pequena família onde todos os membros se conhecessem e
amassem e vivessem só para o Esposo: Cristo.
“NESTA CASA, ONDE HÃO DE SER POUCAS, TODAS AS IRMÃS DEVEM
SER AMIGAS, TODAS HÃO DE SE AMAR IGUALMENTE, TODAS HÃO DE SE QUERER, TODAS HÃO
DE SE AJUDAR” (C.P. 4,7).
“Desejava que fossem como o “pequeno colégio de Cristo” –
por isso suas primeiras fundações contavam apenas com 13 monjas. Depois o
número aumentou para 21. O primeiro Carmelo teresiano foi fundado no dia 24 de
agosto de 1562, quando Teresa já contava com 47 anos. Em vida fundou 19
mosteiros.
Morreu em Alba de Torme no dia 4 de outubro de 1582,
exatamente no dia em que se modificava o calendário.
QUE LIVROS
ESCREVEU?
- O Livro da Vida – no qual conta as misericórdias do
Senhor em sua vida.
- O “Caminho da Perfeição” – à pedido de suas monjas no
qual ensina a orar.
- Castelo Interior ou “Moradas” – narra a sua experiência
mística – sua vida de oração.
- O Livro das Fundações – em que narra Cada uma das
fundações carmelitanas.
- Suas cartas (468 – mas escreveu muito mais) foram
compiladas num livro.
- Também escreveu várias poesias, pensamentos sobre o
Amor de Deus e outros.
“EU VOS INTRODUZI NA TERRA DO CARMELO PARA COMERDES DOS
SEUS FRUTOS E DO QUE ELA TEM DE MELHOR” (Jeremias 2,7).
“CONVENÇAMO-NOS, MINHAS FILHAS, DE QUE A PERFEIÇÃO
VERDADEIRA CONSISTE NO AMOR DE DEUS E DO PRÓXIMO. QUANTO MAIS FIELMENTE
GUARDARMOS ESSES DOIS MANDAMENTOS, TANTO MAIS SEREMOS PERFEITAS. TODA A NOSSA
REGA E AS NOSSAS CONSTITUIÇÕES SÃO APENAS MEIOS PARA GUARDARMOS ESSES DOIS
PRECEITOS COM MAIOR PERFEIÇÃO” (Moradas I, 2,17).
A MANEIRA QUE ENCONTROU PARA MELHOR SERVIR A SANTA IGREJA
FOI A DE VIVER OS CONSELHOS EVANGÉLICOS (pobreza, castidade e obediência) COM A
MAIOR PERFEIÇÃO POSSÍVEL. (C.P.)
“ESTANDO ENCLAUSURADAS, PELEJEMOS POR ELE” (C.P.)
Uma das suas grandes preocupações era que os sacerdotes
fossem santos para poderem ajudar a Igreja a ser mais santa:
“Ó MINHAS IRMÃS EM CRISTO! AJUDAI-ME A SUPLICAR ISTO AO
SENHOR, JÁ QUE PARA ESTE FIM VOS REUNIU AQUI.
ESTA É A VOSSA VOCAÇÃO. ESTES HÃO DE SER VOSSOS NEGÓCIOS.
ESTES VOSSOS DESEJOS. SE VOSSA DISCIPLINAS E JEJUNS NÃO
SE EMPREGAREM NO QUE DEIXEI INDICADO, FICAI CERTAS DE QUE NÃO REALIZAIS NEM
CUMPRIS O FIM PARA O QUAL O SENHOR AQUI VOS REUNIU” (C.P.).
O ALICERDE DESTA CASA É A ORAÇÃO...TODAS OCUPADAS EM
ORAÇÃO PELOS DEFENSORES DA IGREJA’
(Sta. Teresa de Jesus)
‘PEGAI FILHAS, NAQUELA CRUZ, PARA QUE NÃO VÁ TÃO
CARREGADO. NÃO VOS IMPORTEIS SE VOS ATROPELAREM...NÃO FAÇAIS CASO DO QUE VOS
DISSEREM. FAZEI-VOS SURDAS ÁS MURMURAÇÕES. TROPEÇANDO, CAINDO COM VOSSO ESPOSO,
NÃO VOS SEPAREIS DA CRUZ NEM A ABANDONEIS” (C.P. 26,7).
“ABRACEMOS BEM A CRUZ, SIGAMOS A JESUS, POIS É NOSSO
CAMINHO E NOSSA LUZ’ (Sta. Teresa de Jesus)
“ NADA TE PERTURBE, NADA TE ESPANTE. TUDO PASSA. SÓ DEUS
NÃO MUDA. A PACIÊNCIA TUDO ALCANÇA. QUEM A DEUS TEM NADA LHE FALTA; SÓ DEUS
BASTA” (Sta, Teresa de Jesus).
“O ESTÍLO QUE PRETENDEMOS LEVAR É DE SER NÃO SÓ MONJAS,
MAS ERMITÃS” (C.P. 16,6)
QUAIS OS MOMENTOS
FORTES DA VIDA NO CARMELO?
- CRISTO É O
CENTRO – por isso a Celebração Eucarística quotidiana é o centro do dia e da
vida da carmelita;
- A ORAÇÃO DA
IGREJA: LITURGIA DAS HORAS
(São 7 momentos de
oração litúrgica: Laudes, Oração das 9, das 12, das 15; Vésperas)
- A ORAÇÃO MENTAL:
1 hora pela manhã, 1 hora pela tarde.
- A lectio divina
(leitura espiritual da Palavra)
- Refeitório em
comum
- 2 momentos de
recreação no dia, onde todas com os seus trabalhos manuais podem conversar.
- Silêncio e
Solidão (trabalhar em silêncio)
‘SEM SILÊNCIO NÃO
HÁ ORAÇÃO, SEM ORAÇÃO NÃO HÁ CARMELO”
TODAS AS ORDENS
CONTEMPLATIVAS VIVEM O LEMA DE SÃO BENTO: ‘ORA ET LABORA” ou seja TRABALHE E
ORE.
“ CADA QUAL PERMANEÇA EM SUA CELA (QUARTO) OU JUNTO DELA,
MEDITANDO DIA E NOITE NA LEI DO SENHOR E PERMANECENDO VIGILANTE NA ORAÇÃO, A
NÃO SER QUE SE OCUPEM EM OUTRAS JUSTAS ATIVIDADES” (REGRA DE VIDA).
“É MUITO IMPORTANTE COMEÇAR COM ESTA LIBERDADE E DECISÃO.
QUEM É DECIDIDO NADA TEM A TEMER” (Santa Teresa de Jesus)
SEGUIMENTO DE
CRISTO
EVANGELHO
“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é
digno de mim” (Mt 10,37, Lc 9,60; 14,2)
(o amor à família não deve tornar-se um obstáculo ao
cumprimento da Vontade de Deus)
“Deixa que os mortos enterrem seus mortos, tu porém, vai
e anuncia o reino de Deus” (Lc 9,60)
“Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas do meu Pai?”
(Lc 2,49).
Convite de Jesus ao jovem rico: (Mt 10,17-27)
“Uma coisa te falta ainda: Vai, vende tudo o que tens,
dá-o aos pobres...depois vem e segue-me”
“Vós sereis meus discípulos se fizerdes o que eu vos
mando” (Jo 15,14)
“Em verdade vos digo: não há ninguém que, tendo deixado
casa, irmãos ou irmãs, mãe ou pai, filhos ou campos por amor de mim e do
Evangelho que não receba já nesta vida cem vezes mais em casas, irmãos, irmãs,
mães, filhos e campos, no meio de perseguições, e, no século futuro, a ida
eterna” (Mt 10,17...).
“Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a
sua cruz, cada dia, e siga-me”;
“Quem põe a mão no arado e olha para trás, não é digno de
mim”.
‘VEM E SEGUE-ME”.
SEGUIMENTO DE
CRISTO
STA. MADRE TERESA
DE JESUS
(Conforme as
Constituição 1990)
Const. 7 – “Repare-se muito em que as que se vierem a
receber sejam pessoas de oração, que aspirem a toda a perfeição e desprezo do
mundo.
Porque se não vierem desprendidas dele, dificilmente
poderão seguir o que aqui se observa, e mais vale reparar nisso antes de as
receber do que, depois, ter de as despedir.
Const.7 – “Não tenham menos de dezessete anos”
“Tenham saúde, entendimento e habilidade
para rezar o ofício divino e ajudar no coro.
Ver se tem temperamento e as demais qualidades requeridas
para o que aqui se há de observar....
Se seus santos desejos não forem grandes – de modo que se
entenda que o Senhor a chama a este estado – de forma alguma se receba.
Const.17 – Antes de admitir alguma Irmã ao hábito façam
muita diligência para saber as qualidades que tem, a sua saúde e capacidade
para seguir esta santa observância.....
164 – Além de boa índole, saúde e maturidade das aspirantes
pode comprovar-se, sendo necessário, com o recurso ao conselho de peritos.
166 – Certidão de Batismo, Confirmação, e atestar também
o seu estado livre.
SEGUIMENTO DE
CRISTO
CÓDIGO DE DIREITO
CANÔNICO
642- ...Admitir somente aqueles que, além da idade
requerida, tenham saúde, índole adequada e suficientes qualidades de maturidade
para abraçar a vida própria do instituto.
643 – Admite-se invalidamente
para o noviciado:
1. Quem
não tenha completado ainda 17 anos
2. O
cônjuge, enquanto perdurar o matrimônio;
3. Quem
por vínculo sagrado esteja ligado a instituto de vida consagrada....
4. Quem
ingressa no instituto por violência, medo grave ou dolo, ou quem o superior
recebe induzido do mesmo modo;
5. Quem
tenha ocultado sua incorporação a um instituto de vida consagrada
§2 – O direito próprio pode estabelecer outros
impedimentos mesmo para a validade da admissão, ou colocar condições para ela.
PARA REFLETIR:
1. Tenho
as condições requeridas?
2. Já
pesquisei outras Ordens Contemplativas?
(Clarissas, Beneditinas, Concepcionistas.Trapistas,
Cisterciense,etc)
3. Já
conversei com algum sacerdote a respeito da minha vocação?
💕
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