Queridos irmãos e irmãs
Continuemos a ler a carta que Santa Teresinha escreveu à sua
irmã também carmelita Maria do Sagrado Coração (manuscrito B):
“Imolai a Deus sacrifícios de louvor e de ações de graças”
(Sl 49,9-14). “Eis aí tudo o que Jesus exige de nós. Não precisa de nossas
obras, mas unicamente de nosso amor, pois o mesmo Deus declara não ter
necessidade de dizer-nos, quando está com fome, não teme de mendigar um pouco
de água à Samaritana. Tinha sede...Mas, quando disse: “dai-me de beber” (Jo
4,7), era o amor de sua pobre criatura que o Criador do Universo reclamava.
Tinha sede de amor... Oh! Sinto mais do que nunca, Jesus está com sede. Entre
os discípulos do mundo, só encontra ingratos e indiferentes; entre seus
próprios discípulos, infelizmente, só encontra poucos corações que a ele se
entregam sem reserva, que compreendam toda a ternura do seu amor infinito.
Querida Irmã, como somos felizes por compreender os íntimos
segredos de nosso Esposo. Oh! Se quisésseis lançar por escrito tudo o que
sabeis a respeito, belas páginas teríamos para ler. Sei, contudo, que preferis
guardar os “segredos do Rei”, enquanto a
mim dizeis “ser louvável publicar as obras do Altíssimo”. Acho que tendes razão
de guardar silencio, e só com o único fim de vos causar prazer que escrevo
estas linhas, pois sinto impossibilidade de formular em linguagem da terra os
segredos do Céu. Além do mais, depois de escrever páginas sobre páginas, teria
a impressão de não ter ainda começado...Há tantos horizontes diferentes, há
tantos matizes em escala infinita, que só a palheta do Celestial Pintor poderá,
após a noite desta vida, fornecer-me cores adequadas para pintar as maravilhas
que se descortinam aos olhos de minha alma.
Minha querida Irmã, pedistes-me descrevesse meu sonho e a “minha
pequena doutrina”, como lhe chamais. É o que fiz nas páginas a seguir, mas tão
mal que me parece impossível compreenderdes. Achareis, talvez, minas expressões
exageradas.Oh! perdoai-me, será efeito do meu estilo pouco atraente.
Asseguro-vos que não há nenhum exagero em minha alminha, dentro da qual tudo é
bonança e tranquilidade...”
Queridos irmãos, no restante da carta ela conta a descoberta
da sua vocação no coração da Igreja. Convidamos o leitor para ler nas fontes
(Manuscritos autobiográficos de Santa Teresinha do Menino Jesus).
Uma boa semana a todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário