Queridos irmãos e irmãs
Nesta semana, na 3ª feira uma das leituras da missa (Gên 32,
22-32) fala sobre a luta que Jacó teve com um anjo em figura humana, na margem
do rio Iaboc. Jacó pode vencer no
combate somente por causa da força que Deus lhe comunicou, e a lição dessa
façanha foi que não lhe haviam de faltar a bênção e a proteção divina nas
dificuldades futuras.
Para os santos Padres, esta cena do Antigo Testamento é
imagem do combate espiritual que o cristão deve travar contra forças muito
superiores às dele, e contra as suas próprias paixões e tendências, inclinadas
ao mal depois do pecado original.
Há diariamente combates no nosso coração, ensina Santo
Agostinho. Cada homem luta na sua alma contra um exército. Os inimigos são a
soberba, a avareza, a gula, a sensualidade, a preguiça...E é difícil que esses
ataques não nos produzam alguma ferida (Santo Agostinho). Não obstante temos a
certeza da vitória se lançamos mão dos recursos que o Senhor nos deu: a oração,
a mortificação, a sinceridade plena na conversa com o sacerdote, a ajuda do
nosso Anjo da Guarda e, sobretudo, da nossa Mãe Santíssima.
Nos jogos olímpicos, o árbitro permanece no meio dos dois
adversários, sem favorecer nem um nem outro, esperando pelo desfecho.
No combate contra o demônio, Cristo não permanece
indiferente, neutro. Está totalmente do nosso lado: “Ele ungiu-nos com o óleo
da alegria e atou o inimigo com correntes pesadas para lhe paralisar os
assaltos. Se eu vier a tropeçar, Ele estende-me a mão, levanta-me da minha
queda e volta a pôr-me de pé” (São João Crisóstomo).
Por maiores que sejam as tentações, as dificuldades, as
tribulações, Cristo é a nossa segurança. Ele não nos abandona. Ele está sempre
do nosso lado. Todos podemos então dizer como São Paulo: “Tudo posso naquele
que me conforta” , que me dá a ajuda de que necessito, se sei recorrer a Ele e
aos meios que estabeleceu.
Este combate espiritual nos acompanha na vida, em direção à
santidade. O que nos fará perseverar nesse combate é o amor pelas alturas (“corações
ao alto!”), o amor profundo por Cristo, a quem procuramos incessantemente.
A luta ascética do cristão deve ser positiva, alegre,
constante, com “espírito esportivo”. Não tem a rigidez do cartão: sabe sorrir,
ceder, esperar. É vida: vida sobrenatural” (Do livro de meditações nº 4 “Falar
com Deus”).
Uma boa semana a todos!
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