sexta-feira, 10 de julho de 2015

COMBATE ESPIRITUAL




Queridos irmãos e irmãs

Nesta semana, na 3ª feira uma das leituras da missa (Gên 32, 22-32) fala sobre a luta que Jacó teve com um anjo em figura humana, na margem do rio Iaboc. Jacó pode  vencer no combate somente por causa da força que Deus lhe comunicou, e a lição dessa façanha foi que não lhe haviam de faltar a bênção e a proteção divina nas dificuldades futuras.

Para os santos Padres, esta cena do Antigo Testamento é imagem do combate espiritual que o cristão deve travar contra forças muito superiores às dele, e contra as suas próprias paixões e tendências, inclinadas ao mal depois do pecado original.

Há diariamente combates no nosso coração, ensina Santo Agostinho. Cada homem luta na sua alma contra um exército. Os inimigos são a soberba, a avareza, a gula, a sensualidade, a preguiça...E é difícil que esses ataques não nos produzam alguma ferida (Santo Agostinho). Não obstante temos a certeza da vitória se lançamos mão dos recursos que o Senhor nos deu: a oração, a mortificação, a sinceridade plena na conversa com o sacerdote, a ajuda do nosso Anjo da Guarda e, sobretudo, da nossa Mãe Santíssima.
 
Nos jogos olímpicos, o árbitro permanece no meio dos dois adversários, sem favorecer nem um nem outro, esperando pelo desfecho. 

No combate contra o demônio, Cristo não permanece indiferente, neutro. Está totalmente do nosso lado: “Ele ungiu-nos com o óleo da alegria e atou o inimigo com correntes pesadas para lhe paralisar os assaltos. Se eu vier a tropeçar, Ele estende-me a mão, levanta-me da minha queda e volta a pôr-me de pé” (São João Crisóstomo).

Por maiores que sejam as tentações, as dificuldades, as tribulações, Cristo é a nossa segurança. Ele não nos abandona. Ele está sempre do nosso lado. Todos podemos então dizer como São Paulo: “Tudo posso naquele que me conforta” , que me dá a ajuda de que necessito, se sei recorrer a Ele e aos meios que estabeleceu.

Este combate espiritual nos acompanha na vida, em direção à santidade. O que nos fará perseverar nesse combate é o amor pelas alturas (“corações ao alto!”), o amor profundo por Cristo, a quem procuramos incessantemente.

A luta ascética do cristão deve ser positiva, alegre, constante, com “espírito esportivo”. Não tem a rigidez do cartão: sabe sorrir, ceder, esperar. É vida: vida sobrenatural” (Do livro de meditações nº 4 “Falar com Deus”).

Uma boa semana a todos!

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