Queridos irmãos e irmãs
Neste domingo quero partilhar convosco uma das páginas do "Castelo Interior" ou "Moradas", cap. 1 (1ª Morada). É muito belo!
"Consideremos nossa alma como um castelo, feito de um só diamante ou de limpidíssimo cristal. Neste castelo existem muitos aposentos, assim como no céu há muitas moradas.
Se refletirmos bem, irmãs, veremos que a alma do justo é nada menos que um paraíso, onde o Senhor, como Ele mesmo diz, acha suas delícias.
Que vos parece? Como será o aposento onde se compraz um Rei tão poderoso, tão sábio, tão puro, tão rico de todos os bens? Nada posso imaginar comparável à beleza de uma alma e a sua imensa capacidade. Por agudas que sejam, as nossas inteligências não chegam a compreendê-la verdadeiramente, assim como não compreendem a Deus. É Ele próprio quem diz nos ter criado à sua imagem e semelhança.
Se assim é - e nisso não há dúvida - não nos cansemos tentando descrever a formosura deste castelo. Entre ele e Deus existe a diferença que vai da criatura ao Criador. Em suma, é coisa criada. Mas basta Sua Majestade afirmar que a fez à sua imagem, para termos uma longínqua idéia da grande dignidade e beleza da alma.
Não é pequena lástima e confusão não nos entendermos a nós mesmos, por nossa culpa, nem sabermos quem somos.
Sr perguntássemos a uma pessoa quem ela é, e não soubesse responder, nem dizer quem foi seu pai, sua mãe, ou a terra em que nasceu, seria grande ignorância, coisa mais própria de animal que de homem.
Bem maior, sem comparação, e a nossa insensatez, desconhecendo nosso valor e concentrando toda a atenção no corpo. Sabemos muito por alto que nossa alma existe, porque assim ouvimos dizer e a fé no s ensina. Mas as riquezas que há nesta alma, seu grande valor, quem nela habita - eis o que raras vezes consideramos.
O resultado é não fazermos caso de sua beleza, nem procurarmos com todo cuidado conservá-la. Todos os desvelos se consomem no grosseiro engaste, nas muralhas deste castelo, que são nossos corpos."
Uma boa semana a todos.
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