O Carmelo hoje está em oração. Atendendo ao apelo do Papa Francisco de oferecer 24 h para o Senhor, desde ontem iniciando com as Vésperas às 16:30, estamos em oração, duas a duas, diante do Santíssimo Sacramento, oferecendo estas 24 horas para louvar, adorar, agradecer ao Senhor por tudo o que Ele nos tem dado, e também para implorar a PAZ e o AMOR que nosso mundo precisa tanto.
No próximo dia 26 o Superior da Ordem dos Carmelitas Descalços também pediu uma hora de ração pela paz. Este pedido foi também acatado pelo Santo Padre que iniciará essa hora na celebração da Santa Missa na Capela Santa Marta. Nós a faremos das 17:30 as 18:30 no Carmelo. Foi pedido que se acendesse uma vela para este momento de oração. Esta oração é o presente que os filhos de Teresa lhe oferecem pelo seu 500º aniversário de nascimento.
No dia 28 de março data do nascimento de Santa Teresa de Jesus (500 anos) também estaremos em festa, celebrando esta comemoração com a Santa Missa que será celebrada no nosso Carmelo por D. Alberto Taveira, arcebispo da Arquidiocese de Belém, às 7 horas da manhã.
Hoje partilhamos convosco a belíssima leitura do Tertuliano sobre a oração:
Segunda
leitura (Do ofício de Leituras de 5ª feira da 3ª semana da Quaresma)
Do Tratado
sobre a oração, de Tertuliano, presbítero
(Cap.28-29:
CCL
1,273-274)
(Séc. III)
O sacrifício espiritual
A oração é o sacrifício espiritual que aboliu os antigos sacrifícios. Que
me importa a abundância de vossos sacrifícios? – diz o Senhor. Estou farto de
holocaustos de carneiros e de gordura de animais cevados; do sangue de touros,
de cordeiros e de bodes, não me agrado. Quem vos pediu estas coisas? (Is
1,11).
O Evangelho nos ensina o que pede o Senhor: Está chegando a hora, diz
ele,em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. Deus
é espírito (Jo 4,23.24), e por isso procura tais adoradores.
Nós somos verdadeiros adoradores e verdadeiros sacerdotes, quando,
orando em espírito, oferecemos o sacrifício espiritual da oração, como oferenda
digna e agradável a Deus, aquela que ele mesmo pediu e preparou.
Esta oferenda, apresentada de coração sincero, alimentada pela fé,
preparada pela verdade, íntegra e inocente, casta e sem mancha, coroada pelo
amor, é a que devemos levar ao altar de Deus, acompanhada pelo solene cortejo
das boas obras, entre salmos e hinos; ela nos alcançará de Deus tudo o que
pedimos.
Que poderia Deus negar à oração que procede do espírito e da verdade, se
foi ele mesmo que assim exigiu? Todos nós lemos, ouvimos e acreditamos como são
grandes os testemunhos da sua eficácia!
Nos tempos passados, a oração livrava do fogo, das feras e da fome; e no
entanto ainda não havia recebido de Cristo toda a sua eficácia.
Quanto maior não será, portanto, a eficácia da oração cristã! Talvez não
faça descer sobre as chamas o orvalho do Anjo, não feche a boca dos leões, não
leve a refeição aos camponeses famintos, não impeça milagrosamente o
sofrimento; mas vem em auxílio dos que suportam a dor com paciência, aumenta a
graça aos que sofrem com fortaleza, para que vejam com os olhos da fé a
recompensa do Senhor, reservada aos que sofrem pelo nome de Deus.
Outrora a oração fazia vir as pragas, derrotava os exércitos inimigos,
impedia a chuva necessária. Agora, porém, a oração autêntica afasta a ira de
Deus, vela pelo bem dos inimigos e roga pelos perseguidores. Será para admirar
que faça cair do céu as águas, se conseguiu que de lá descessem as línguas de
fogo? Só a oração vence a Deus. Mas Cristo não quis que ela servisse para fazer
mal algum; quis antes que toda a eficácia que lhe deu fosse apenas para servir
o bem.
Consequentemente, ela não tem outra finalidade senão tirar do caminho da
morte as almas dos defuntos, robustecer os fracos, curar os enfermos, libertar
os possessos, abrir as portas das prisões, romper os grilhões dos inocentes.
Ela perdoa os pecados, afasta as tentações, faz cessar as perseguições,
reconforta os de ânimo abatido, enche de alegria os generosos, conduz os
peregrinos, acalma as tempestades, detém os ladrões, dá alimento aos pobres,
ensina os ricos, levanta os que caíram, sustenta os que vacilam, confirma os
que estão de pé.
Oram todos os anjos, ora toda criatura. Oram à sua maneira os animais
domésticos e as feras, que dobramos joelhos. Saindo de seus estábulos ou de
suas tocas, levantam os olhos para o céu e não abrem a boca em vão, fazendo
vibrar o ar com seus gritos. Mesmo as aves quando levantam voo, elevam-se para
o céu e, em lugar de mãos, estendem as asas em forma de cruz, dizendo algo
semelhante a uma prece.
Que dizer ainda a respeito da oração? O próprio Senhor também orou; a
ele honra e poder pelos séculos dos séculos.
Uma boa semana para todos!
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