Queridos irmãos e irmãs
Amanhã, solenidade da Santíssima Trindade, partilho convosco um trecho do livro das Moradas de Santa Teresa de Jesus, no qual ela narra uma visão que teve da Santíssima Trindade. Vejamos:
Nas 7ª Morada, capítulo 1, 6-10, a Santa Madre Teresa de
Jesus conta como viu representada em si a Santíssima Trindade:
“Introduzida a alma nesta morada, mediante visão intelectual
se lhe mostra, por uma espécie de representação da verdade, a Santíssima
Trindade – Deus em Três Pessoas: Primeiro lhe vem ao espírito uma inflamação
que se assemelha a uma nuvem de enorme claridade. Ela vê então nitidamente a
distinção das divinas Pessoas; por uma notícia admirável que lhe é infundida,
entende com certeza absoluta serem as três uma substância, um poder, um saber,
um só Deus.´
........
Na sétima Morada,
comunicam-se com ela e lhe falam as três Pessoas. Elas lhe dão a entender as
palavras do Senhor que estão no Evangelho: que viria Ele, com o Pai e o
Espírito Santo, para morar na alma que O ama e segue Seus mandamentos
(jo14,23).
Oh, valha-me Deus! Ouvir essas palavras e crer nelas é uma
coisa; entender a sua verdade pelo modo de que falo é algo inteiramente
diverso! E cada dia se espanta mais essa alma, porque lhe parece que as três
Pessoas nunca mais se afastaram dela. Pelo contrário, vê nitidamente – do modo
que dissemos – que estão em seu interior. E no mais íntimo de si, num lugar
muito profundo – que ela não sabe especificar, porque é ignorante – percebe em
si essa divina companhia.
Lendo o que digo, pode parecer-vos que ela não fica em si,
mas tão embevecida que não dá atenção a coisa alguma. Mas a alma o faz, sim, e
muito mais do que antes. Dedica-se a tudo o que é serviço de Deus e,
faltando-lhe as ocupações, permanece naquela agradável companhia.
E se a alma não faltar a Deus, jamais Ele – ao que me parece
– lhe faltará ou deixará de comunicar-lhe tão claramente a Sua presença. E ela tem
grande confiança no fato de que Deus não a abandonará, pois, se Este lhe
concedeu tamanha graça, não permitirá que a perca. E é justo pensar assim,
ainda que ela não deixe de agir com mais cuidado do que nunca, a fim de não
desagradar o Senhor em nada.
Perceba-se que o fato de a alma trazer em si essa presença
não se passa de modo tão perfeito, isto é, tão claro como quando se lhe
manifesta na primeira vez, ou em algumas outras nas quais apraz a Deus
fazer-lhe esse favor. Se assim não fosse, a alma não poderia ocupar-se de
qualquer outra coisa, nem mesmo viver com as demais pessoas.”
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