Queridos irmãos e irmãs
O Papa Francisco tem um amor especial pelas pessoas idosas, isso bem antes de ser Papa. Na audiência de 04 de março deste ano ele nota que a sociedade atual não está preparada para reconhecer o papel e a dignidade das pessoas idosas; "aliás, tende a considerá-las como um peso para a comunidade, principalmente quando se trata de pessoas doentes, e portanto tende a "descartá-las".
"A Igreja não pode e não quer conformar-se com uma mentalidade de intolerância e muito menos de indiferença e de desprezo, em relação à velhice. Ele lembrou as palavras de Bento XVI "onde não há honra pelos idosos não há porvir para os jovens".
O Bispo Carrasco de Paula diz numa entrevista publicada pelo jornal "L'Osservatore Romano" de 05 de março: A Academia para a Vida está muito atenta aos anciãos, à qualidade da sua vida, enquanto procura maneiras de estimular a sociedade para a plena assunção de responsabilidade a seu respeito considerando-as, como são, pessoas dotadas de plena dignidade e de uma sabedoria amadurecida através das numerosas experiências vividas.
O entrevistador indaga: O que significa qualidade de vida?
Ele responde que quando se fala de qualidade da vida não se refere à quantidade de vida a viver.....Trata-se de levar uma vida de qualidade, no sentido de uma existência que seja frutuosa. Os idosos devem ser postos em condições de poder continuar a oferecer a sua contribuição inestimável.
Os anciãos são pessoas que permanecem tais, com toda a sua dignidade, até ao último instante da sua vida. Quanto a nós, como Igreja e como sociedade, devemos ser capazes de os acompanhar, de estar ao seu lado sobretudo na última fase da existência.
E os idosos que sofrem? Numerosos anciãos começam a sofrer tempo antes que sobrevenha a enfermidade. Sofrem devido às violências que padecem de maneira cada vez mais frequente, sofrem por causa do desprezo do qual são objeto; sofrem porque são abandonados. Mas é aqui é que entra em jogo o papel da família. Na medida do possível, o idoso deve ser acompanhado pela família, à qual se entregou durante a sua vida, que agora é chamada a estar ao seu lado na fase final da existência.
Quando doente, é na fase terminal que necessita de mais amor, carinho e proximidade.
"Trata-se do momento e que se apresentam insinuações inspiradas pela cultura da morte, desde há muito anos denunciada pela Igreja, que procura camuflar a eutanásia com uma morte presumivelmente doce. A única morte doce é a natural. Trata-se do cumprimento de uma vida que se conclui no meio de pessoas que amam, que cuidam do sofrimento, conscientes da inutilidade de continuar a administrar medicamentos que já se revelaram ineficazes ou de intervir com outros meios igualmente inúteis. E que procuram apenas aliviar o padecimento com cuidados paliativos sem fazer faltar, além do carinho, também a necessária alimentação, tanto do corpo como da alma. A eutanásia não alivia os sofrimentos mas, ao contrário, antecipa a morte, provocando-a."
Tivemos a oportunidade de acompanhar semanas atrás as exéquias do Arcebispo emérito de Belém, o querido Dom Vicente Joaquim Zico. Ele soube envelhecer com dignidade e quis morrer perto das pessoas queridas na sua residência, em lugar da UTI longe do carinho, amor e proximidade dos seus amigos.
Você já pensou neste assunto? Como envelhecer? Como cuidar das pessoas idosas?
Uma boa semana para todos.
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