sábado, 9 de maio de 2015

O QUE É QUE A IGREJA E A SOCIEDADE ESPERAM DAS MONJAS DE CLAUSURA?

Queridos irmãos e irmãs
A Paz de Cristo Ressuscitado!

Hoje quero partilhar com vocês o que o Santo Padre João Paulo II disse às monjas contemplativas na sua visita a Romania, em 1986.

O que é que a vida contemplativa dá à Igreja e à sociedade? A pergunta pode ser proposta de outra maneira: O que é que a Igreja e a Sociedade esperam das monjas de clausura?

O segredo da vossa vida está escondido no segredo do Cristo. Como Ele, vós sois consagradas ao amor e à glória do Pai. Para responder a este desígnio, vós olhais constantemente Aquele que foi crucificado, vós vos cercais de silencio na solidão, viveis na oração, vos nutris de penitência (Perfectae caritatis,7). Radicada em Cristo e conformada a Ele, Cordeiro imolado, a vossa vida é testemunho do seguimento de Jesus, dom de amor e sacrifício de louvor.

Eis diletas Irmãs, aquilo que de vós espera a Igreja e a humanidade: que sejais fermento do interior, portadora de calores essenciais, sinais visíveis de Deus no mundo.


Por isto o Concílio Vaticano II reconhece ser uma parte determinante a vida contemplativa na edificação do Reino de Deus (Ad Gentes 18). Indica-lhe, outrossim, um lugar bastante elevado no Corpo Místico de Cristo (P.C.,7).

A fim de corresponder a esta sublime vocação,  vos coloca “no coração da Igreja” (Venite Seorsum III), uma só coisa vos é solicitada: que vos ocupeis unicamente de Deus (Perf.Car.7), testemunhar o primado do amor, doando-vos a Deus sumamente amado (L.G.44). E aqui reside a eficácia da vossa presença, a força da vossa atividade apostólica: na radicalidade evangélica da vossa própria vida. Também quando em vossos mosteiros ofereceis aos fiéis a possibilidade de orar ou de se recolher, estes devem sentir-se um sinal visível da presença de Deus.

Exigente e forte é o preceito de São Bento: “Nada antepor a Cristo” (Regra 72) a fim de que se progrida com o coração dilatado pela fé e depois, se corra impulsionados pela indizível suavidade do amor. Como é incisivo e profundo Santo Agostinho, quando apresenta a caridade como força de assimilação, pela qual somos aquilo que amamos: “estando na terra já está nos céu, se amas a Deus”  e “amando habitamos com o coração naquilo que amamos”. E como é intenso e exclusivo o que sugere Santa Clara: “Alegra-te no Senhor, sempre. Não permitir que alguma sombra de tristeza envolva o coração. Coloca o teu coração naquele que é a figura da substância e transforma-te inteiramente por meio da contemplação”.

São Domingos, como podemos ler na História dos Pregadores “pedia a Deus uma caridade ardente e desejava ser flagelado, feito em pedaços e morrer pela fé de Cristo”.

E Santa Teresa, mulher forte e amorosa, sem incertezas, diz a si mesma e às filhas: “Caminhemos juntos, Senhor: seguirei por onde fordes, e por toda a parte por onde passardes, passarei eu também (CP 26).

Sabei que as vossas preces e à vossa santidade de vida é confiada, de modo particular, esta generosa terra para a qual tendes deveres e responsabilidade. Com a força da oração contribuí para sustentar a Igreja local e alegrai-a com os frutos da fé amorosa. Sois chamadas a testemunhar aqui o primado da caridade de Deus. Como é sabido, testemunha significa mártir, e a Igreja é fiel ao martírio, no testemunho. Deveis sentir-vos, vós também, participantes desta missão, sobretudo quando a solidão ou a aridez, ou a sensação de inutilidade vos fazem sofrer.

Diletas irmãs, eu vos confio à Virgem Maria; com Ela sabereis ser assíduas e concordes na oração e vos enchereis de alegria e da força da Ressurreição; com Ela, as vossas comunidades serão centros de fé, de esperança, onde reina soberana a caridade, de tal modo que a vossa presença grite ao mundo que vos rodeia que Deus vive, que Deus é amor, que Ele ainda cativa os corações e que somente Ele dá valor a cada coisa. A Virgem Maria faça viver Cristo em vós e por meio Dele vos torneis mães de almas”.

Uma boa semana a todos!

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