Queridos irmãos e irmãs
Muito se fala sobre a dignidade humana, e em todas as épocas, muitas vezes a pessoa humana foi tratada desumanamente, sem respeito, sofrendo toda espécie de violência.
Hoje gostaríamos de partilhar uma página da Santa Madre Teresa de Jesus no Livro das Moradas, 1ª Morada. Claro que cada um pode descobrir nas obras da Santa Madre (Caminho da Perfeição, Castelo Interior, Fundações, Livro da Vida, etc.) páginas admiráveis! Mas reflita sobre esta:
"Estando eu hoje suplicando a Nosso Senhor que falasse por mim - porque não ativava com coisas que dissesse, nem como começar a cumprir a obediência - ofereceu-me o que agora direi para começar com algum fundamento:
É considerar a nossa alma como um castelo todo de um diamante ou mui claro cristal, onde há muitos aposentos, assim como no Céu há muitas moradas. Que se bem o considerarmos, irmãs, não é outra coisa a alma do justo, senão um paraíso onde Ele disse ter Suas delícias. Pois não é isso que vos parece que será o aposento onde um Rei tão poderoso, tão sábio, tão puro, tão cheio de todos os bens se deleita? Não encontro eu outra coisa com que comparar a grande formosura de uma alma e a sua grande capacidade.
Verdadeiramente os nossos entendimentos - por agudos que sejam - apenas devem chegar a compreendê-la, assim como não podem chegar a considerar a Deus: pois Ele mesmo disse que nos criou à Sua imagem e semelhança.
Pois se isto assim é, como é, não há razão para nos cansarmos a querer compreender a formosura deste castelo; porque, ainda que há diferença dele a Deus, como do Criador à criatura, pois é criatura, basta dizer Sua Majestade que a alma é feita à Sua imagem, para que possamos entender a grande dignidade e formosura da alma.
Não é pequena lástima e confusão, que por nossa culpa, não nos entendamos a nós mesmos, nem saibamos quem somos. Não seria grande ignorância, que perguntassem a alguém quem era e não se conhecesse nem soubesse quem foi seu pai, nem sua mãe, nem sua terra?
Pois, se isto seria grande bruteza, sem comparação é maior a que há em nós quando não procuramos saber que coisa somos e só nos detemos nestes corpos, e assim só a vulto sabemos que temos alma, porque o ouvimos e porque no-lo diz a fé. Mas, que bens pode haver nesta alma ou quem está dentro dela, ou o seu grande valor, poucas vezes consideramos, e assim se tem em tão pouco procurar com todo o cuidado conservar sua formosura. Tudo se nos vai na grosseria do engaste ou cerca, deste castelo, que são estes corpos."
Deixo o restante para que cada um pesquise, leia, e reflita.
Uma boa semana a todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário