sábado, 27 de dezembro de 2014

A SAGRADA FAMÍLIA



Queridos  irmãos e irmãs

Neste Domingo em que a Santa Igreja comemora a Sagrada Família, desejo que ela vos
proteja e ampare no novo ano que está para começar e que todos a tenham por modelo.

Partilho convosco as reflexões que o Santo João Paulo II fez sobre a Sagrada Família no ano de 1988:

“ Com o nascimento de Jesus em Belém, formou-se uma nova família. Por esta razão, no domingo que se situa na oitava do Natal, celebra-se a Festa da Sagrada Família de Nazaré. Esta é a Sagrada Família porque foi preparada para o nascimento de Jesus, a quem mesmo o seu “adversário” se veria forçado a proclamar “Santo de Deus” (Mc 1,24).

Família Sagrada porque a santidade d’Aquele que nasceu se tornou fonte de uma santificação singular para a Virgem Mãe, assim como para S. José, seu esposo. Este, como legítimo cônjuge, era aos olhos dos homens o pai da criança nascida em Belém durante o recenseamento.

É também uma família humana. Por isso, na oitava do Natal a Igreja através da Sagrada Família, dirige-se a todas as famílias humanas.

A santidade imprime a esta família, na qual o Filho de Deus veio ao mundo, um caráter único, excepcional e sobrenatural. Por outro lado, tudo o que se diz acerca da uma família humana – da sua natureza, dos seus deveres e dificuldades – poderia ser dito a propósito da Sagrada Família.

Com efeito a Sagrada Família é verdadeiramente pobre. Na altura do nascimento do Menino, nem teto têm. Mais tarde ver-se-ão forçados a partir para o exílio, e, depois do perigo passar, não serão mais do que uma família modesta que vive do pouco que dá o trabalho das suas mãos.

Tal como em  Nazaré, Deus torna-se presente em todas as famílias e insere-se em todas as vicissitudes humanas. Com efeito, a família, união do homem e da mulher, está vocacionada, em virtude da sua própria natureza, à procriação de homens novos, cujo crescimento físico, mas sobretudo espiritual e moral, deve ser assegurado por uma diligente ação educativa que acompanhe a sua existência. A família é portanto o local privilegiado e o santuário onde se desenvolve toda a vida íntima de cada ser humano, único. À família competem, assim, deveres fundamentais,cujo generoso exercício não pode senão enriquecer grandemente os principais responsáveis da própria família, fazendo deles os colaboradores mais diretos de Deus na formação de homens novos.”

Uma boa semana a todos.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O QUE É O CÉU

Queridos irmãos e irmãs

O Natal se aproxima rapidamente. Já estamos no 4º domingo do Advento. Enquanto Deus prepara uma casa para seu Filho na terra, nós devemos preparar uma casa para nós no Céu.

Continuemos nossa partilha sobre o Caminho da Perfeição nos capítulos em que Santa Teresa comenta a oração do Pai Nosso. No Capítulo XXVIII ela reflete sobre as palavras "Que estais no Céu" e fala sobre a oração do Recolhimento.

"Pensai que importa pouco saberdes que coisa é o Céu e onde se deve procurar vosso Sacratíssimo Pai?
Pois eu digo-vos que, para entendimentos distraídos, importa muito, não só crer isto,mas procurar entendê-lo por experiência, porque é uma das coisas que muito prende o entendimento e faz recolher a alma.

Já sabeis que Deus está em toda a parte. Ora está claro que, onde está o rei, ali está, como dizem, a corte; enfim, onde está Deus, é o Céu.Sim, sem dúvida o podeis crer; onde está Sua divina Majestade, está toda a glória. Vede que Santo Agostinho diz que O buscava em muitas partes e O veio a encontrar dentro de si mesmo. Pensais que importa pouco a uma alma distraída entender esta verdade e ver que para falar a seu Eterno Pai não precisa de ir ao Céu, nem para se consolar com Ele é necessário falar em altas vozes? Por muito baixo que se fale, está tão perto que nos ouvirá;nem é preciso asas para ir em busca DEle, basta pôr-se em solidão e olhá-Lo entro de si mesma, e não se estranhar de tão bom hóspede; mas falar-Lhe com grande humildade, como a um pai; pedir-Lhe como a pai; contar-Lhe os seus trabalhos, pedir-Lhe remédio para eles entendendo que não é digna de ser Sua filha................Tratai com Ele como a pai, e como a irmão, e comoa Senhor e como a Esposo - às vezes de uma maneira, outras vezes de outra - que Ele vos ensinará o que deveis fazer para O contentar.........

Por este modo de rezar - ainda que seja vocalmente - recolhe-se o pensamento com muita mais brevidade e é oração que traz consigo muitos bens. Chama-se de recolhimento, porque a alma recolhe todas as potências e entra dentro de si com o seu Deus, e o seu divino Mestre vem ensiná-la e dar-lhe oração de quietude, com mais brevidade que de qualquer outro modo. Porque, recolhida consigo mesma, pode pensar na Paixão e ali representar o Filho e oferecê-Lo ao Pai, e não cansar o entendimento andando-O a buscar no monte Calvário, no Horto e atado à Coluna.".

Como vê, Santa Teresa pega-nos pela mão e encaminha-nos ao Pai, ajuda-nos a encontrá-Lo dentro do próprio coração; ensina-nos a tratar com Ele como um amigo, como alguém muito próximo de Deus. Isto não é um pouco do Céu?

Na próxima semana, na qual já celebraremos o Santo Natal, continuaremos.
Vai nossa mensagem de Natal para todos:



“Cristo, o que ofereceremos a Ti para que nasças na terra como ser humano? Cada uma das criaturas, que são obra Tua, oferece-Te o testemunho de gratidão: os anjos, o seu canto; os céus, a estrela; os magos, seus dons; os pastores, a admiração; a terra, a gruta; o deserto, a manjedoura; nós homens Te oferecemos uma 

MÃE VIRGEM!”

As Irmãs do Carmelo de Santa Teresinha em Benevides, Pará, desejam a todos seus amigos, benfeitores, parentes e conhecidos um Santo Natal e um Novo Ano pleno das alegrias celestes, junto a Jesus, Maria e José.

Natal 2014

Ano Jubilar do Vº centenário do nascimento de Santa Teresa de Jesus:   1515-2015
 




































































































sábado, 13 de dezembro de 2014

SÃO JOÃO DA CRUZ



Queridos irmãos e irmãs

Hoje estamos comemorando a Solenidade de São João da Cruz que foi antecipada pois neste ano dia 14 cai do Domingo Laetare.

Gostaria de partilhar com vocês uma página de nosso Pai São João da Cruz que é tirada do Livro a Subida ao Monte Carmelo, Livro 2, capítulo 22:-

“ O motivo principal por que na antiga Lei eram lícitas as perguntas feitas a Deus e convinha aos profetas e sacerdotes desejarem visões e revelações divinas, era não estar ainda bem fundada a fé nem estabelecida a Lei evangélica. Era assim necessário que se interrogasse a Deus e Ele respondesse, ora por palavras, ora por visões e revelações, ora por meio de figuras e símbolos ou sinais de qualquer outra espécie. Porque todas as respostas e revelações divinas eram mistérios de nossa fé, que a visavam ou lhe eram relacionados.
Agora, já estando firmada a fé em Cristo e promulgada a Lei evangélica nesta era da graça, não há mais razão para perguntar daquele modo nem para Deus responder como antigamente.

Ao dar-nos como nos deu, o seu Filho, que é a sua única Palavra (e outra não há), disse-nos tudo de uma vez nessa Palavra e nada mais tem a dizer.

É este o sentido do texto em que são Paulo quer induzir os hebreus a se afastarem daqueles primitivos modos de tratar com Deus e a fixarem os olhos unicamente em Cristo, dizendo:

“Tendo Deus, muitas vezes e de muitos modos, falado outrora a nossos pais por intermédio dos profetas, nestes últimos dias nos falour por meio de seu Filho”.

Por estas palavras o Apóstolo dá a entender que Deus emudeceu, por assim dizer, e nada mais tem a falar, pois o que antes dizia em parte aos profetas agora nos revelou no todo, dando-nos o TUDO que é o seu Filho.

Se agora, portanto, alguém quisesse interrogar a Deus, ou pedir-lhe alguma visão u revelação, faria injúria a Deus não pondo os olhos totalmente em Cristo, sem querer outra coisa ou novidade alguma. Deus poderia responder-lhe deste modo: 

                 “Este é o meu Filho amado, no qual pus todo o meu amor: escutai-o”

Já te disse todas as coisas em minha Palavra; põe os olhos unicamente Nele; porque Nele tenho dito e revelado tudo, e Nele encontrarás ainda mais do que pedes e desejas.

Desde o dia em que, no Tabor, desci com meu Espírito sobre Ele, dizendo: “Este é meu Filho amado, no qual pus todo o meu amor; escutai-o” aboli todas as antigas maneiras de ensinamento e resposta. Se falava antes, era para prometer o Cristo; se me interrogavam, eram perguntas relacionadas com o pedido e a esperança da vinda do Cristo, no qual haviam de encontrar todo o bem – como agora o demonstra toda a doutrina dos evangelhos e dos apóstolos.”