Neste Sábado pensei em compartilhar com vocês essa belíssima carta escrita por São Luis Gonzaga à sua mãe, pouco antes de sua morte. Tinha apenas 23 anos.
"Cantarei
eternamente as misericórdias do Senhor
Ilustríssima
senhora, peço que recebas a graça do Espírito Santo e a sua perpétua
consolação.
Quando
recebi tua carta, ainda me encontrava nesta região dos mortos. Mas agora,
espero ir em breve louvar a Deus para sempre na terra dos vivos. Pensava mesmo
que a esta hora já teria dado esse passo. Se é caridade, como diz São Paulo,
chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram (cf. Rm 12,15), é
preciso, mãe ilustríssima, que te alegres profundamente porque, por teus
méritos, Deus me chama à verdadeira felicidade e me dá a certeza de jamais me
afastar do seu temor.
Na
verdade, ilustríssima senhora, confesso-te que me perco e arrebato quando
considero, na sua profundeza, a bondade divina. Ela é semelhante a um mar sem
fundo nem limites, que me chama ao descanso eterno por um tão breve e pequeno
trabalho; que me convida e chama ao céu para aí me dar àquele bem supremo que
tão negligentemente procurei, e me promete o fruto daquelas lágrimas que tão
parcamente derramei.
Por
conseguinte, ilustríssima senhora, considera bem e toma cuidado em não ofender
a infinita bondade de Deus. Isto aconteceria se chorasses como morto aquele que
vai viver perante a face de Deus e que, com sua intercessão, poderá auxiliar-te
incomparavelmente mais do que nesta vida. Esta separação não será longa; no céu
nos tornaremos a ver. Lá, unidos ao autor da nossa salvação, seremos repletos
das alegrias imortais, louvando-o com todas as forças da nossa alma e cantando
eternamente as suas misericórdias. Se Deus toma de nós aquilo que havia
emprestado, assim procede com a única intenção de colocá-lo em lugar mais
seguro e fora de perigo, e nos dar aqueles bens que desejamos dele receber.
Disse
tudo isto, ilustríssima senhora, para ceder ao desejo que tenho de que tu e
toda a minha família considereis minha partida como um feliz benefício. Que a
tua bênção materna me acompanhe na travessia deste mar, até alcançar a margem
onde estão todas as minhas esperanças. Escrevo isto com alegria para dar-te a
conhecer que nada me é bastante para manifestar com mais evidência o amor e a
reverência que te devo, como um filho à sua mãe.
São Luiz Gonzaga
Uma boa semana a todos.
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